Também para combater a solidão, compre experiências, e não coisas

Isso vale também na hora de conversar: Para se sentir mais feliz, fale sobre experiências, não sobre coisas - contar histórias sobre uma viagem, por exemplo.
[Imagem: Wikimedia/Yann]

Epidemia de solidão

No ano passado, a maior autoridade de saúde pública no governo federal dos Estados Unidos divulgou um comunicado que descreve a solidão e o isolamento como uma epidemia nacional, com consequências para a saúde que rivalizam com as associadas ao tabagismo e à obesidade.

A equipe do professor Amit Kumar, da Universidade do Texas de Austin, estuda o problema há vários anos, procurando meios para tornar as pessoas mais felizes.

Seu trabalho mais recente confirma conclusões anteriores, da própria equipe e de outros pesquisadores, de que gastar dinheiro em experiências em vez de bens materiais é um método particularmente eficaz também para lidar com os sentimentos de falta de conexão social.

Em sete experimentos dos mais variados tipos, a equipe entrevistou mais de 1.400 participantes sobre seus sentimentos de conexão social após fazerem compras experienciais (restaurantes ou viagens, por exemplo) e compras de bens materiais.

"O que este trabalho sugere é que podemos realmente ser capazes de construir capital social a partir daquilo que compramos," disse Kumar. "Isso, por sua vez, pode levar a mais saúde e mais felicidade."

Experiências versus bens materiais

Os resultados mostraram que, em comparação com as compras materiais, as compras experienciais:

• Aumentam os sentimentos de semelhança. Os participantes avaliaram seus sentimentos de semelhança com outra pessoa que fez a mesma compra. Em vários experimentos separados, eles consistentemente classificaram esses sentimentos com notas significativamente mais altas para compras experienciais do que para compras materiais. Eles também sentiram sentimentos de conexão e parentesco mais fortes.
• Estão mais ligadas à identidade. Uma razão para sentimentos de conexão mais fortes é que as experiências são uma parte maior da identidade de uma pessoa do que os bens materiais. Numa escala de 1 a 9, os participantes avaliaram em média em 7,21 a sua sensação de que as compras experienciais constituem parte de quem eles são - as compras de bens materiais foram avaliadas com 5,92.
• Estão menos ligadas à inveja. Mesmo quando a outra pessoa consome uma versão semelhante, mas superior, da mesma compra, as compras experienciais trazem uma sensação de conexão maior do que as compras materiais.

Além disso, os participantes sentiram uma maior "sensação de conexão com a humanidade" depois de refletirem sobre compras experienciais do que sobre compras materiais, contou Kumar. Em contraste, pensar em compras materiais deixou-os "excepcionalmente pouco inclinados" a procurar ligações sociais em geral, abrindo caminho para os problemas envolvendo o isolamento e a solidão.