Deixar a mente viajar melhora aprendizado de tarefas simples

Já se sabia que nossa mente vagueia quando o cérebro vai armazenar memórias, mas agora sabemos que isso também melhora nosso rendimento.
[Imagem: Martine/Pixabay]

Divagar para melhorar o rendimento

Todos conhecemos os benefícios da concentração, mas deixar sua mente divagar durante uma tarefa básica, não muito complicada, pode não piorar seu desempenho - na verdade pode até melhorá-lo, de acordo com uma pesquisa internacional.

Enquanto algumas tarefas exigem atenção e foco dedicados, os pesquisadores testaram os efeitos de sonhar de olhos acordados enquanto voluntários faziam tarefas mais básicas. Para isso, eles avaliaram 37 voluntários executando uma tarefa de aprendizado simples, que requer pouca atenção para ser concluída.

Péter Simor e colegas da Universidade Eotvos Loránd (Hungria) monitoraram as ondas cerebrais dos participantes durante a tarefa e perguntaram sobre seus pensamentos, para avaliar se suas mentes tinham divagado.

Os voluntários que deixaram a mente voar, prestando menos atenção à tarefa, não apresentaram qualquer aumento na probabilidade de ter um desempenho ruim. Na verdade, eles apresentaram uma maior probabilidade de terem resultados melhores do que a média.

Para confirmar os resultados, os pesquisadores repetiram os experimentos induzindo uma divagação mental em metade dos voluntários. Contudo, a divagação espontânea foi mais benéfica para a aprendizagem do que a divagação mental deliberada.

Deixar a mente vagar parece ser a melhor distração de todas.
[Imagem: Cole Stivers/Pixabay]

Divagação espontânea

Durante a divagação mental e as melhorias no aprendizado de tarefas, os exames mostraram uma atividade neural oscilatória no córtex, semelhante à atividade cerebral que ocorre durante o sono ou em estados semelhantes ao sono. Assim, a atividade neural semelhante ao sono ligada à divagação mental espontânea otimizou o aprendizado das tarefas.

"A maioria dos trabalhos cognitivos analisa o aprendizado quando você está totalmente engajado. Mas, na vida real, passamos muito tempo aprendendo passivamente! Assim como nosso cérebro precisa de sono, talvez também precisemos de maneiras passivas de aprendizado, ou 'descanso acordado', para nos recuperar de tarefas que exigem que seu cérebro esteja online e engajado," disse Simor.