Pílula do dia seguinte
Mesmo sendo recomendada pelo Ministério da Saúde apenas como método de anticoncepção de emergência, a chamada pílula do dia seguinte foi utilizada por 44,9% das estudantes da USP e metade fez uso do contraceptivo mais de uma vez.
A revelação foi feita por meio de um estudo realizado por cinco pesquisadores da Escola de Enfermagem da USP. "Verificou-se que o uso da anticoncepção de emergência foi associado a ter tido dois ou mais parceiros sexuais, a conhecer alguém que já tinha utilizado e a já ter deixado de usar o preservativo masculino em alguma relação sexual," afirmam os pesquisadores em um artigo publicado na revista Texto & Contexto - Enfermagem.
Sem prescrição médica
A pesquisa ouviu 196 alunas da USP, com idade média de 21,6 anos, solteiras e com vida sexual ativa. A maioria (44,6%) se declara como católica.
A iniciativa de usar a pílula do dia seguinte foi da própria mulher em 98,0% dos casos. O medicamento foi adquirido em farmácias (94,1%), sem prescrição médica.
"Em relação aos motivos que levaram ao seu uso, 47,1% relacionaram a falhas no método utilizado, 27,5% responderam que houve esquecimento de usar algum método e 25,5% atribuíram o uso, principalmente, à insegurança em relação à eficácia do método que haviam utilizado na relação sexual," afirmam os pesquisadores.
Diminuição do uso da camisinha
A pesquisa verificou uma queda no uso da camisinha ao longo das relações sexuais, com aumento do uso da pílula anticoncepcional tradicional. Nas relações mais duradouras verificou-se uma espécie de "negociação" entre os parceiros.
"Pode-se considerar que, no contexto do namoro, os jovens "negociam" a substituição da camisinha com seus parceiros mais "fixos", em que o casal sela uma relação de compromisso, baseada na fidelidade, no "respeito" entre os parceiros e na confiança," afirma o estudo.
Escolaridade e comportamento sexual
O estudo revela também que não há relação entre a escolaridade e os conhecimentos adquiridos na universidade - mesmo entre as alunas de enfermagem - e os métodos contraceptivos adotados na prática.
Os cientistas concluem o uso dos métodos contraceptivos entre as estudantes é um evento complexo, com idas e vindas, alternâncias de uso e de não-uso de métodos de prevenção de gravidez e transmissão de doenças. As jovens estão inseridas em contextos de namoro e amor, nem sempre em monoparcerias. Mesmo o relacionamento mais estável da juventude - o namoro - não leva necessariamente ao planejamento das relações sexuais nem ao uso regular de anticoncepção.
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