Meditação e atenção
Sessões regulares e intensivas de meditação ao longo da vida ajudam a pessoa a permanecer atenta e focada quando chega à velhice.
Mais este benefício da meditação foi aferido no maior estudo longitudinal feito até hoje, que examinou um grupo de praticantes de meditação durante sete anos.
Os benefícios que as pessoas auferiam da meditação foram aferidos após três meses de treinamento e, a partir daí, até sete anos depois, os participantes foram monitorados para avaliar se esses eventuais benefícios se manteriam a longo prazo.
O experimento começou na Universidade da Califórnia em Davis, em 2011, quando a equipe avaliou as habilidades cognitivas dos voluntários antes e depois de um retiro de três meses de meditação em um centro de meditação Shambhala.
Avaliações de acompanhamento foram realizadas seis meses, dezoito meses e sete anos após os retiros.
Durante a última avaliação, os participantes deviam estimar quanto tempo, ao longo dos sete anos, passaram meditando fora dos ambientes de retiro formal, como por meio de prática diária ou não intensiva. Os quarenta participantes que permaneceram no estudo em todo o período relataram alguma forma de prática continuada de meditação: 85% compareceram a pelo menos mais um retiro de meditação no período, e praticaram em média quantidades equivalentes a uma hora por dia ao longo dos sete anos.
Ganhos mantidos
Os ganhos cognitivos obtidos no retiro de tempo integral no início do estudo não aumentaram, mas se mantiveram em grande medida.
Isto foi especialmente verdadeiro para os participantes mais velhos que praticaram bastante meditação ao longo dos sete anos. Em comparação com aqueles que praticaram menos, eles mantiveram os ganhos cognitivos e não apresentaram padrões típicos de declínio cognitivo relacionado à idade no aspecto da atenção sustentada.
"Este estudo é o primeiro a oferecer evidências de que a prática de meditação intensiva e contínua está associada a melhorias duradouras na atenção sustentada e na inibição da resposta, com potencial para alterar a trajetória longitudinal de mudança cognitiva na vida de uma pessoa," disse o professor Anthony Zanesco, atualmente na Universidade de Miami.
Os resultados foram publicados no Journal of Cognitive Enhancement.
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