Cérebro de mãe
Cientistas espanhóis analisaram pela primeira vez o cérebro de mulheres durante a gravidez usando técnicas de neuroimagem.
Além de mais de cem mulheres que estavam se tornando mães pela primeira vez, o estudo incluiu mães não grávidas, mas cujas parceiras estavam grávidas, para distinguir os efeitos biológicos daqueles causados pela experiência de ser mãe.
Os resultados mostram uma trajetória dinâmica no cérebro durante a gravidez e o pós-parto, significativamente ligada às flutuações dos hormônios esteroides associados à gravidez e ao bem-estar psicológico das mães.
Por exemplo, durante a primeira gravidez há uma redução de 4,9% da substância cinzenta em 94% do volume total dessa substância do cérebro, especialmente em regiões ligadas à cognição social - houve uma recuperação parcial dessa perda no período pós-parto.
A evolução dessas mudanças morfológicas no cérebro esteve associada a flutuações em dois estrogênios (estriol-3-sulfato e estrona-sulfato), hormônios que aumentam exponencialmente durante a gravidez e retornam aos níveis basais após o parto. Especificamente, os pesquisadores observaram que um aumento maior e subsequente diminuição nos níveis de estrogênio está associado a uma maior diminuição e subsequente recuperação do volume da substância cinzenta cerebral.
Conexão com os filhos
Ao analisar a possível influência das alterações cerebrais no comportamento materno, o estudo revelou que mulheres com maior porcentagem de recuperação do volume de substância cinzenta durante o pós-parto apresentaram um vínculo maior com o bebê seis meses após o parto, e que o bem-estar materno é um fator-chave que aumenta positivamente a associação entre alterações cerebrais e o vínculo materno-filial.
Esses dados inéditos não apenas estabelecem uma referência fundamental para a compreensão da neurobiologia do cérebro materno, mas também servem de base para estudos futuros que analisem outras modalidades de neuroimagem e amostras mais diversas, incluindo mulheres com condições clínicas como depressão pós-parto, permitindo avançar em direção a uma compreensão mais completa do cérebro neste período vital.
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