Consequencias devastadoras do poder
Pessoas poderosas frequentemente caem vítimas de suas próprias ações. Líderes e comandantes em guerra regularmente subestimam os custos em tempo, dinheiro e vidas humanas necessários para alcançar uma vitória.
Os presidentes das maiores empresas do mundo rotineiramente superestimam sua capacidade de transformar fusões e aquisições em lucros, levando a perdas financeiras para si próprios, para suas companhias e para os acionistas.
Mesmo as pessoas comuns parecem assumir um ar de invencibilidade quando são promovidas para um cargo mais elevado.
As consequências dessas tendências, especialmente quando aparecem nos líderes mais poderosos do mundo, podem ser devastadoras.
Poder e ilusão de controle
Agora, uma nova pesquisa demonstrou que o poder pode literalmente "subir à cabeça," fazendo com que os indivíduos pensem ter mais controle pessoal sobre os resultados de suas ações do que eles de fato têm.
"Nós fizemos quatro experimentos explorando as relações entre o poder e a ilusão do controle - a crença de que alguém tem a capacidade de influenciar resultados que, na verdade, são largamente determinados pelo acaso," explica o professor Adam Galinsky.
Poder sobre o acaso
"Em cada experimento, tendo o participante se lembrado do poder por uma experiência real de poder, ou pela manipulação por meio da atribuição aleatória de regras de Chefe-Subordinado, ele teve uma percepção de controle sobre os resultados que estavam fora do alcance de um indivíduo. Além disso, a noção de ser capaz de controlar um resultado 'provável' levou ao otimismo irrealista e a uma auto-estima inflada," diz o pesquisador.
Por exemplo, em um experimento, foi apresentados um par de dados aos detentores de poder, oferecida uma recompensa para predizer o resultado de uma rodada e, em seguida, perguntado se eles gostariam de lançar os dados ou que alguém fizesse isso por eles.
Todos os participantes no grupo com poder escolheram rolar os dados eles mesmos, em comparação com menos de 70% entre os participantes neutros ou sem poder, sustentando a ideia de que a simples experiência do poder pode levar uma pessoa a superestimar grosseiramente suas capacidades, neste caso, influenciar o resultado de um lançamento de dados apenas por fazê-lo pessoalmente.
Tornando possíveis coisas impossíveis
Estes resultados, publicados na Psychological Science, têm implicações sobre como o poder, uma vez atingido, é mantido ou perdido. Os autores observam que as ilusões positivas podem ser adaptativas, ajudando os detentores de poder a tornar possíveis coisas aparentemente impossíveis.
Mas a relação entre o poder e a ilusão de controle também contribui diretamente para a perda do poder, porque leva os líderes a fazer escolhas ruins.
Os pesquisadores concluem que "a ilusão de controle pessoal pode ser uma das formas em que o poder frequentemente leva à sua própria perda."
O trabalho foi feito por Nathanael Fast e Deborah Gruenfeld (Stanford Graduate School of Business), Niro Sivanathan (London Business School) e Adam Galinsky (Northwestern University).
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