Estimulação magnética contra depressão
Uma espécie de faixa não invasiva, projetada para gerar um campo magnético de frequência ultrabaixa, melhorou os sintomas de pacientes com diagnóstico de transtorno depressivo maior, ou depressão grave.
A ideia é desenvolver uma forma segura e não invasiva de tratar a depressão. Observe que esta tecnologia é diferente daquelas baseadas em realidade virtual, que recentemente também apresentaram benefícios contra a depressão grave.
A presença de um campo magnético com frequências tipicamente variando de 0 a 300 Hz é conhecida como Ambiente Magnético de Frequência Extremamente Baixa (ELF-ELME). Embora a interação entre campos magnéticos e sistemas biológicos seja complexa e não muito bem compreendida pela ciência, há indícios de que esta frequência estimule as mitocôndrias e induza a sua renovação. Como as mitocôndrias geram energia, elas oferecem uma forma potencial de tratar muitos dos sintomas associados à depressão, como a letargia.
Masako Tachibana e seus colegas da Universidade de Nagoya (Japão) convidaram quatro pacientes do sexo masculino (idades entre 18 e 75 anos) com diagnóstico de depressão, e que já estavam recebendo tratamentos convencionais, para participar de um ensaio clínico conhecido como um estudo exploratório pioneiro em humanos.
Em estudos exploratórios como este, tanto os participantes quanto os pesquisadores estão cientes do tratamento que está sendo administrado. Embora o tamanho da amostra seja pequeno e não exista um grupo de controle, os pesquisadores podem concentrar-se na coleta de dados preliminares para explorar a segurança, a dosagem e a eficácia potencial de uma nova intervenção, para só então submetê-la com melhor embasamento a estudos mais caros e demorados.
Superior a todos os outros tratamentos
Os participantes usaram um dispositivo de campo magnético montado na cabeça que os expôs ao ambiente magnético de baixa frequência durante duas horas por dia por oito semanas.
Todos os quatro pacientes relataram uma queda no nível da depressão.
Os resultados indicam que a tecnologia está pronta para ser submetida a ensaios clínicos em maior escala. Se os mesmos resultados se mantiverem nesses estudos futuros, isto representará uma mudança inovadora na prática clínica atual do tratamento da depressão, que hoje apresenta poucos recursos eficazes, sobretudo para os pacientes de maior gravidade.
"O campo magnético gerado pelo dispositivo não é invasivo, sendo 1/4,5 do campo geomagnético e menos de 1/60 do padrão de exposição pública geral da Comissão Internacional de Proteção contra Radiação Não Ionizante. Prevemos que os pacientes poderão receber tratamento domiciliar diário, mesmo sem saber que estão em um ambiente de baixo campo magnético."
"Em comparação com os tratamentos atuais para depressão, como medicamentos antidepressivos de longo prazo, terapia eletroconvulsiva e estimulação magnética transcraniana repetitiva, esta terapia é superior em termos de conveniência e ausência de efeitos colaterais previstos. Poderemos ver nosso dispositivo sendo usado para pacientes que preferem não tomar medicação ou com segurança em combinação com outros tratamentos," disse o professor Toshiya Inada, coordenador do estudo.
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