Detector de nervos
Um pequeno aparelho digital desenvolvido na Unicamp traz nova perspectiva para atenuar riscos e efeitos colaterais das anestesias regionais, amplamente empregadas em pequenas e médias cirurgias de membros.
Trata-se de um estimulador de nervos, controlado por um microprocessador e conectado a uma agulha. O equipamento emite um sinal sonoro, que indica ao médico o local exato a ser anestesiado.
Nas cirurgias de membros, quando se faz o uso da técnica regional, o anestésico é injetado próximo ao conjunto de nervos, inibindo o estímulo de dor. A imprecisão nestes casos pode levar desde a perfuração do nervo em condições extremas, até a sensações de formigamento e paralisia parcial, devido a altas quantidades de anestésicos.
O protótipo, ainda em fase de testes, foi criado por Carlos Alexandre Ferri e Antônio Augusto Fasolo Quevedo.
Estimulador automático
Já existem aparelhos comerciais de estimulação de nervos para o auxílio em anestesias regionais, informa Ferri. Assim como o equipamento proposto, eles são usados alternativamente ao método tradicional, cuja localização dos nervos é realizada manualmente, pelo tato.
A diferença entre eles é que, pela primeira vez, o sistema foi criado de modo totalmente automatizado.
Isto permite, segundo o engenheiro, que o equipamento tenha uma precisão dez vezes maior quando comparado aos convencionais. Além disso, a praticidade obtida com a automatização é essencial ao anestesiologista, salienta.
"Médicos que já usaram estes estimuladores disponíveis no mercado abandonaram os equipamentos porque eles não são práticos. Nos aparelhos já comercializados, além do anestesiologista se preocupar em introduzir a agulha, ele precisa também ajustar, manualmente, os parâmetros do estimulador no decorrer do processo de localização do nervo que ele quer bloquear", explica.
Isso acaba sendo inviável no ambiente cirúrgico, onde é necessário precisão, rapidez e praticidade, complementa. "Portanto, quando apresentamos este equipamento automatizado, em que o médico tem que se preocupar somente em introduzir a agulha, o seu uso se torna mais aceitável", argumenta.
Outra vantagem é a redução de custos. Enquanto os valores dos aparelhos existentes, geralmente importados, chegam a cerca de R$ 4 mil, os custos de montagem do instrumento criado ficou na ordem de R$ 300,00. As diferenças também são significativas em relação ao custo de operacionalização, aponta o estudioso da Unicamp.
Onde anestesiar
O equipamento estima a distância entre a ponta da agulha e o local a ser anestesiado por meio de estimulação nervosa.
A extremidade da agulha, ligada por um fio, emite uma determinada corrente elétrica que gera, por sua vez, uma contração muscular visível.
Assim, o profissional identifica o melhor local para infiltrar a solução anestésica.
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