Pesquisadores descobriram que, após a introdução do exame PSA (antígeno prostático específico), a proporção de pacientes diagnosticados com câncer de próstata em fase avançada diminuiu em mais de seis vezes em 22 anos.
Contudo, a proporção de cânceres mais agressivos diagnosticados - chamados de alto grau Gleason - não se alterou substancialmente.
Isto sugere que os cânceres de próstata de grau baixo não progridem para um grau mais grave ao longo do tempo.
O estágio, ou fase, do câncer refere-se à extensão ou à propagação da doença, e o grau do câncer - chamado classificação de Gleason para o câncer da próstata - refere-se à agressividade da doença.
Assim, os cientistas sugerem que a agressividade do câncer de próstata pode ser estabelecida quando o tumor se forma, e não se altera com o tempo.
"Ficamos surpresos de quanto a incidência de doenças de alto grau tem sido constante ao longo do tempo," disse a Dra Kathryn Penney, da Escola Médica de Harvard (EUA).
Os resultados foram publicados na revista científica Cancer Research, da Associação Americana para Pesquisa do Câncer.
Vigilância ativa
Este estudo adiciona mais uma evidência para o argumento de que os pacientes que são diagnosticados com câncer de próstata de baixo grau podem optar com segurança pela chamada "vigilância ativa", ou "observar e esperar", em vez de submeter-se a um tratamento imediato.
Analisando mais detalhadamente os dados, os pesquisadores descobriram que a queda moderada nos cânceres de alto escore de Gleason não ocorreu porque a progressão para a doença mais agressiva foi evitada por meio dos exames de PSA, mas por causa de um aumento do diagnóstico da doença de baixo grau que não teria sido detectada sem os exames preventivos.
Na verdade, tem havido uma oposição crescente na classe médica contra os exames de PSA, acusados de fazerem mais mal do que bem à saúde dos homens.
"A prostatectomia radical ou a radioterapia, os tratamentos usuais para o câncer da próstata, podem ter efeitos secundários negativos, como a impotência e a incontinência. Escolher a vigilância ativa pode prevenir este declínio na qualidade de vida", disse Penney.
"Os homens com doença de baixo grau no momento do diagnóstico devem considerar seriamente falar com seus médicos sobre a vigilância ativa," concluiu a cientista.
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