07/02/2025

Três perfis psicológicos determinam a qualidade do seu envelhecimento

Redação do Diário da Saúde
Três perfis psicológicos determinam a qualidade do seu envelhecimento
O modo como você encara a vida diz muito como será seu envelhecimento.
[Imagem: Gerado por IA/DALL-E]

Psicologia do envelhecimento

Três perfis psicológicos parecem estar associados a diferentes padrões de declínio cognitivo e cerebral durante o envelhecimento.

David Bartrés-Faz e colegas da Universidade de Barcelona (Espanha) analisaram mais de 1.000 adultos de meia-idade e idosos, e descobriram que as características psicológicas específicas de cada perfil podem influenciar o risco de desenvolver demência, bem como aspectos como a velocidade do declínio cerebral e a qualidade do sono.

São descobertas promissoras, que abrem novas perspectivas para o desenvolvimento de estratégias e terapias para a prevenção mais personalizada dos declínios e patologias observados durante o envelhecimento.

De acordo com a equipe, os resultados destacam "a necessidade de avaliações psicológicas abrangentes dos pacientes para identificar diferentes perfis psicológicos e, assim, permitir a implementação de estratégias de mudança de comportamento mais específicas e adaptadas individualmente".

Fatores protetores e de risco

Estudos recentes identificaram características psicológicas que podem estar associadas a um risco aumentado ou, ao contrário, a uma proteção contra o declínio cognitivo, a neurodegeneração e a demência clínica.

Destacam-se traços associados a um maior risco: (1) ter pensamentos negativos repetitivos (ruminação); (2) tendência a sentir angústia; (3) e uma maior percepção pessoal de estresse. Operando no sentido contrário, (1) ter um senso de propósito na vida e (2) autorreflexão são fatores de proteção contra esses declínios.

A equipe examinou se esses fatores - fatores de proteção e de risco - se combinam em perfis psicológicos semelhantes em duas coortes independentes de adultos de meia-idade e idosos sem comprometimento cognitivo.

Perfis psicológicos

Os resultados mostraram que ter um perfil psicológico "bem equilibrado", com fatores de proteção moderadamente altos e fatores de risco moderadamente baixos, está associado a uma melhor saúde cognitiva e mental em todos os indicadores medidos.

"Essas associações foram observadas em todas as faixas etárias estudadas, o que reforça a relevância de considerar o equilíbrio de uma ampla gama de aspectos psicológicos como determinantes da saúde mental, cognitiva e cerebral na idade adulta e na velhice," disse Bartrés-Faz.

Por outro lado, um perfil psicológico com baixos níveis de características protetoras - como senso de propósito, extroversão ou abertura a novas experiências - foi associado a uma cognição mais fraca (especialmente em pessoas mais velhas), atrofia cerebral mais pronunciada (já observável em adultos de meia-idade) e menor adesão a estilos de vida saudáveis.

Por fim, o terceiro perfil identificado, caracterizado por altos níveis de traços psicológicos negativos ou de risco, como alta propensão à angústia e pensamentos negativos, "pode aumentar o risco de comprometimento cognitivo e demência por meio de uma via psicoafetiva, incluindo a expressão de sintomas como depressão, ansiedade, queixas cognitivas, solidão e distúrbios do sono," concluiu o pesquisador.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Psychological profiles associated with mental, cognitive and brain health in middle-aged and older adults
Autores: David Bartrés-Faz, Harriet Demnitz-King, María Cabello-Toscano, Lídia Vaqué-Alcázar, Rob Saunders, Edelweiss Touron, Gabriele Cattaneo, Julie Gonneaud, Olga Klimecki, Núria Bargalló, Javier Sánchez-Solana, José M. Tormos, Gäel Chételat, Álvaro Pascual-Leone, Natalie L. Marchant
Publicação: Nature Mental Health
Vol.: 3, pages 92-103
DOI: 10.1038/s44220-024-00361-8
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