Mundo digital e saúde mental
Após uma larga publicidade negativa, o tempo que os adolescentes gastam em seus celulares e computadores agora já não parece tão ruim assim.
Pesquisadores acompanharam mais de 2.000 jovens e, em seguida, acompanharam intensamente uma subamostra de quase 400 deles em seus celulares, várias vezes ao dia durante duas semanas. Os adolescentes tinham entre 10 e 15 anos e representavam uma população econômica e racialmente diversa.
O principal objetivo desse acompanhamento era testar se mais tempo gasto usando a tecnologia digital estaria relacionado a piores resultados em saúde mental.
De início, é importante ressaltar que "saúde mental" é bem diferente de "doença mental", envolvendo questões como aceitar-se a si mesmo e aos outros, estar de bem com a vida, lidar saudavelmente com as emoções e relacionar-se bem. Condições como estresse, preocupações exageradas e ansiedade minam a saúde mental.
"Ao contrário da crença comum, de que celulares e mídias sociais estão prejudicando a saúde mental dos adolescentes, não vimos muito apoio à ideia de que o tempo gasto em celulares e on-line esteja associado a um aumento no risco de problemas de saúde mental," resumiu Michaeline Jensen, da Universidade da Califórnia em Irvine (EUA).
Apoio no real e no virtual
Os pesquisadores coletaram relatos de sintomas de saúde mental dos adolescentes três vezes ao dia e também relataram o uso diário de tecnologia a cada noite. Os questionários foram estruturados para detectar se os jovens que se envolviam mais com as tecnologias digitais teriam maior probabilidade de apresentar sintomas de saúde mental posteriores e se os dias em que os adolescentes passavam mais tempo usando a tecnologia digital para uma ampla gama de propósitos também seriam os dias em que os problemas de saúde mental seriam mais comuns.
Nos dois casos, o aumento do uso da tecnologia digital não se mostrou relacionado a um pior estado de saúde mental.
"Talvez seja hora de os adultos pararem de discutir se os celulares e as mídias sociais são boas ou ruins para a saúde mental dos adolescentes e começarem a descobrir maneiras de melhor apoiá-los em suas vidas offline e online," disse a professora Candice Odgers, coordenadora do estudo.
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