Ácido lissodendórico
Há algum tempo os cientistas descobriram na esponja do mar uma substância, batizada de ácido lissodendórico A, que combate moléculas que podem danificar o DNA, o RNA, as proteínas e até mesmo destruir células inteiras.
Isso torna a substância natural uma candidata interessante para lidar com uma infinidade de doenças, mas particularmente desordens neurológicas, como a doença de Parkinson.
Agora, Francesca Ippoliti e colegas da Universidade da Califórnia de Los Angeles conseguiram pela primeira vez produzir o ácido lissodendórico A de modo artificial, em laboratório, o que é essencial para que a substância possa ser produzida em grandes quantidades, necessárias para a pesquisa de seus efeitos terapêuticos.
Um fator-chave que complica o desenvolvimento dessas moléculas orgânicas sintéticas é a chamada quiralidade, ou "lateralidade". Muitas moléculas - incluindo o ácido lisodendórico A - podem existir em duas formas distintas que são quimicamente idênticas, mas são imagens espelhadas em 3D uma da outra, como a mão direita e a mão esquerda. Cada versão é conhecida como um enantiômero.
Quando usado em produtos farmacêuticos, um enantiômero de uma molécula pode ter efeitos terapêuticos benéficos, enquanto o outro pode não fazer nada - ou até mesmo ser perigoso. Infelizmente, a criação de moléculas orgânicas em laboratório geralmente produz uma mistura de ambos os enantiômeros, e a remoção ou reversão química dos enantiômeros indesejados adiciona dificuldades, custos e atrasos ao processo.
Enantiômero
O processo desenvolvido pela equipe para produzir apenas o enantiômero do ácido lisodendórico A que é encontrado na esponja do mar - e que se mostrou um candidato a fármaco - tem nada menos do que 12 etapas.
Mas o trabalho vale a pena porque o método para sintetizar a molécula é algo que pode beneficiar imediatamente outros cientistas envolvidos na pesquisa farmacêutica de outras substâncias.
Vencida esta primeira etapa, de produzir sinteticamente um análogo do ácido lisodendórico A em laboratório, agora as diversas equipes envolvidas poderão testar se a molécula de fato tem as qualidades necessárias para se tornar uma futura alternativa terapêutica, sobretudo em relação à doença de Parkinson.
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