Resolução da visão artificial
Embora várias equipes ao redor do mundo estejam trabalhando no desenvolvimento de retinas artificiais e olhos biônicos capazes de devolver a visão para alguns pacientes, essas próteses não são capazes ainda de restaurar a visão natural, já que não conseguem gerar imagens completas.
Ao pesquisar a razão dessa deficiência, usando implantes em animais de laboratório, Sébastien Roux e seus colegas da Universidade Aix-Marseille, na França, descobriram dois fatores que limitam a resolução das próteses oculares.
Com base nesses resultados, eles foram capazes de melhorar a precisão da ativação protética, abrindo o caminho para novos avanços em retinas artificiais que irão melhorar a qualidade de vida dos pacientes implantados.
Sinais fortes demais
O que os pesquisadores franceses descobriram é que as próteses estão gerando sinais fortes demais e que estes sinais estão sendo aplicados em áreas muito alongadas.
Eles constataram que isso se deve a dois fenômenos separados observados junto à matriz de eletrodos implantados na retina.
Em primeiro lugar, há uma excessiva difusão elétrica, o que faz com que a fina camada de líquido situada entre o eletrodo e a retina espalhe o pulso elétrico para células nervosas vizinhas. E, em segundo lugar, há uma ativação indesejada de fibras da retina situadas perto das células-alvo.
De posse dessas informações, as equipes agora estão trabalhando no redesenho dos implantes de retina para que eles possam ser miniaturizados ainda mais e dispararem sinais mais suaves e de forma mais precisa.
Como funciona uma prótese de retina
Uma prótese de retina é composta por três elementos: a câmera (instalada em óculos), um circuito eletrônico (que transforma os dados da câmera em um sinal elétrico) e uma matriz de eletrodos microscópicos (implantada no olho, em contato com a retina).
Este conjunto substitui as células fotorreceptoras da retina, convertendo a informação visual - a imagem - em sinais elétricos que são então transmitidos para o cérebro através do nervo óptico. Isto é adequado para tratar cegueiras causadas por uma degeneração dos fotorreceptores da retina, mas com o nervo óptico permanecendo funcional, como é o caso da retinite pigmentosa e da degeneração macular relacionada à idade.
Infelizmente, os sinais luminosos gerados pelas próteses atuais não são claros o suficiente para permitir o reconhecimento de rostos, para ler ou para se locomover de forma independente - eles geram apenas sensações de claro e escuro e indicações mais ou menos borradas dos objetos.
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