Simplesmente reduzir o consumo de antibióticos não irá necessariamente reduzir a resistência bacteriana a esses medicamentos.
A conclusão é de Laura Temime e seus colegas do Conservatoire National des Arts et Métiers (França), que usaram a bactéria Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) como exemplo.
Campanhas de redução do uso de antibióticos
O uso de antibióticos - e seu uso indevido - são tidos como os principais motores para a seleção de bactérias resistentes aos medicamentos.
Isso levou muitos países a implementar intervenções destinadas a reduzir o consumo geral de antibióticos. No Brasil, as regras para venda de antibióticos foram alteradas em 2010.
Mas, segundo os pesquisadores, o sucesso dessas campanhas de redução do uso de antibióticos depende do quais antibióticos têm seu uso reduzido, porque alguns selecionam mais fortemente para a resistência do que outros.
Por exemplo, no caso da S. aureus, reduzir o uso de clindamicina e meticilina levam à diminuição da resistência, enquanto a redução do uso de penicilinas não, uma vez que a maior parte das S. aureus, incluindo a MRSA, já são resistentes à penicilina, explica Temime.
Além disso, os esforços para reduzir o uso de antibióticos devem ser coordenados entre os hospitais e a comunidade, uma vez que um pode repassar bactérias resistentes para o outro, minando os esforços de redução.
Antibióticos de classes específicas
Os pesquisadores analisaram detalhadamente uma campanha realizada na França em 2002-2003, que reduziu o uso de antibióticos no país em 10%.
No entanto, o programa não alcançou todo o seu potencial para reduzir a resistência bacteriana porque não conseguiu atingir os antibióticos que geram a maior resistência, diz Temime.
A pesquisa mostra que mudanças no uso de antibióticos de classes específicas, em vez de uma redução global, seriam a forma de alcançar o maior benefício das campanhas de redução de antibióticos.
Outro estudo recente mostrou que a resistência a antibióticos vai além da ingestão incorreta dos medicamentos porque até 90% do remédio passa através do corpo sem metabolização.
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