Radioisótopo
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) aprovou projeto da Divisão de Radiofármacos do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN/Cnen), do Rio de Janeiro, para estudar a viabilidade de um método alternativo e econômico de produção do radioisótopo iodo-124.
O uso desse átomo radioativo em medicina nuclear é pesquisado em vários países, por sua adequação aos diagnósticos por imagem do tipo PET (sigla em inglês para Tomografia por Emissão de Pósitrons), com a vantagem de ter meia-vida de 4,2 dias, ampliando seu alcance geográfico.
O emissor mais usado hoje, o flúor-18, com menos de duas horas de meia-vida, restringe a realização dos exames a áreas próximas aos centros de produção.
Iodo 124
O projeto consiste em testar a produção do iodo-124 a partir do antimônio irradiado com partículas alfa.
O método mais usado hoje, ainda em escala experimental, tem o óxido de telúrio como alvo e prótons como irradiadores, mas o antimônio é um insumo bem mais barato e o IEN tem um dos poucos cíclotrons no mundo operacionais para irradiação alfa.
A proposta, que recebeu apoio de quatro mil euros, foi levada em junho pelo pesquisador Gonçalo Rodrigues dos Santos a uma reunião da agência de energia atômica em Viena, Áustria, com o tema a Produção e Utilização de Emissores de Pósitrons Emergentes com Foco em Cobre-64 e Iodo-124.
"Foi graças a um projeto como esse que o flúor-18 passou a ser produzido em escala comercial no IEN", lembra Santos.
Uma das principais aplicações do iodo-124, apontam as pesquisas, será no diagnóstico do câncer diferenciado de tireoide, detectando até mesmo micrometástases. No Brasil, esse carcinoma responde por mais de 90% de todos os tipos de cânceres endócrinos.
Além disso, o radioisótopo poderá marcar diversos tipos de moléculas para exames de cânceres de rins e fígado e em neurologia, cardiologia e veterinária, entre outras possibilidades.
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