Por que você é contra a vacina?
Ser vacinado contra a covid-19 pode desempenhar um papel crucial no fim da pandemia - vacinar 52% acaba com a pandemia, conforme demonstrou estudo inédito realizado no Brasil pelo Instituto Butantan.
Mas um número inesperadamente grande de pessoas está rejeitando a vacinação.
Embora em qualquer intervenção pública sempre haja um percentual de pessoas que prefere ficar de fora, os cientistas têm ficado intrigados com a intensidade do movimento antivacina durante a pandemia.
Em uma grande pesquisa online, uma equipe do departamento de psicologia da Universidade Ruhr-Bochum (Alemanha) analisou quais fatores as pessoas levam em consideração quando decidem se posicionar a favor ou contra a vacinação. Mais de 9.000 pessoas em nove países em três continentes participaram - aproximadamente 1.000 participantes por país na China, França, Alemanha, Polônia, Rússia, Espanha, Suécia, Reino Unido e EUA.
A pesquisa coletou informações sobre sexo, idade, estado civil, status social, se os participantes moram em uma área urbana ou rural, se pertencem a um grupo de risco para a covid-19, sua saúde mental, seu uso de mídias sociais, suas percepções da comunicação governamental e suas atitudes em relação à resposta à pandemia.
Conclusão: Os fatores que levam à rejeição da vacina variam de país para país, englobando grupos populacionais diferentes em cada um deles.
Isso implica que não existe uma receita única para enfrentar o movimento antivacina, sendo que cada país deverá desenvolver sua própria abordagem ao projetar campanhas educacionais e de defesa dos direitos individuais, concluiu a equipe.
Razões para ser contra a vacina
No geral, cerca de 80% das pessoas entrevistadas disseram que já haviam sido vacinadas ou que gostariam de ser vacinadas. No entanto, a porcentagem variou muito de país para país: Enquanto no Reino Unido 93,9% estavam vacinados ou dispostos a ser vacinados, na Rússia esse número alcançou apenas 62%.
Em quase todos os lugares, os grupos antivacina são pessoas que duvidam da eficácia das medidas adotadas pelos governantes e pessoas que não obtêm suas informações pela televisão, destacando a importância das mídias sociais para a disseminação do movimento antivacina.
As diferenças entre os nove países podem ser explicadas por uma combinação de fatores internos e externos, segundo os pesquisadores: "Podemos atribuir cerca de 30 a 40% das diferenças aos fatores que estudamos em nossa pesquisa. Na Alemanha, os céticos da vacina tendem a ser do sexo masculino, enquanto na China, as mulheres são mais propensas a rejeitar a vacinação. Na Suécia e em alguns outros países, o gênero não desempenha um papel."
Mas, em quase todos os países, a equipe encontrou uma ligação entre não usar a televisão como fonte de informação e recusar a vacinação. Na Polônia, Suécia e Estados Unidos, o uso das redes sociais como fonte de informação contribuiu para que as pessoas tivessem maior probabilidade de rejeitar a vacinação. Pessoas que não consideram as políticas governamentais eficazes também têm maior probabilidade de rejeitar a vacinação - o único país no qual esse fator não apareceu foi na China.
"Para melhorar a cobertura da vacinação e, assim, alcançar a imunidade global contra a covid-19, cada governo deve considerar o padrão específico para sua população. Esta é a forma mais importante de combater com sucesso a pandemia," disse a professora Julia Brailovskaia, coordenadora da pesquisa.
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