Danificar o DNA sintético
Apesar de o Sol responder por menos de 15% dos casos de câncer de pele e dos alertas sobre a falta de vitamina D na população, os cientistas prosseguem firmes no desenvolvimento de protetores solares cada vez mais eficazes.
Uma equipe da Universidade de Binghamton e da Universidade Estadual de Nova Iorque (EUA) desenvolveu um revestimento feito de DNA que poderá ser colocado sobre a pele para proteger contra a luz ultravioleta.
"A luz ultravioleta (UV) pode realmente danificar o DNA, e isso não é bom para a pele," disse o professor Guy German. "Nós pensamos: vamos inverter a situação. O que acontece se, em vez disso, nós realmente usássemos o DNA como uma camada sacrificial? E se, em vez de danificar o DNA dentro da pele, danificarmos uma camada em cima da pele".
Para isso a equipe desenvolveu filmes sintéticos de DNA cristalino muito finos e transparentes e os irradiou com luz ultravioleta. Quanto mais o filme foi exposto à luz UV, melhor ele conseguiu absorver a radiação.
"Se você traduzir isso, significa para mim que, se você usá-lo como um creme tópico ou um protetor solar, quanto mais você permanecer na praia, melhor ele se tornará como protetor solar", disse German - por "traduzir" o pesquisador se refere ao processo de transformar um resultado obtido em laboratório, como feito por sua equipe, em uma substância fabricada industrialmente e que tenha recebido todas as autorizações sanitárias e de saúde para ser comercializada.
Hidratação e curativo
Como um bônus adicional, o revestimento de DNA também é higroscópico, o que significa que a pele revestida pode armazenar e manter a água muito mais do que a pele não revestida. A expectativa é que, quando aplicado à pele humana - estes testes ainda não foram realizados -, o revestimento seria capaz de diminuir a evaporação da água e manter o tecido hidratado por longos períodos de tempo.
"Acreditamos que isto possa ter não apenas aplicações para protetores solares e hidratantes diretamente, mas, sendo transparente opticamente e evitando danos do Sol aos tecidos e sendo bom em manter a pele hidratada, acreditamos que [o revestimento] pode ser potencialmente explorável como uma cobertura de ferimentos," disse German.
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