Próstata aumentada
Um medicamento para baixar o colesterol reduziu a dimensão da próstata aumentada de hamsters da mesma forma que a droga comumente usada no tratamento da hiperplasia prostática benigna (HPB).
Juntos, os dois medicamentos funcionam melhor ainda.
A conclusão é de cientistas do Hospital Infantil de Boston, nos Estados Unidos. O estudo foi publicado na revista Journal of Urology.
"Nós não sabemos o mecanismo, mas os resultados sugerem-nos que a redução do colesterol tem o potencial para reduzir a HBP nos homens," diz a orientadora do estudo, Keith Solomon.
"Isso traz a possibilidade de que outras terapias de redução do colesterol, incluindo exercícios e dieta, possam impedir o desenvolvimento da hiperplasia prostática benigna," diz Solomon.
Hiperplasia prostática benigna
Por razões desconhecidas, cerca de metade dos homens com mais de 50 (e 80 por cento dos homens com 80 anos) desenvolvem a HBP, que, na maioria das vezes, se torna evidente pelo alargamento da próstata.
A hiperplasia prostática benigna leva à dificuldade para urinar, dor e outros sintomas, que podem provocar redução significativa da qualidade de vida. Em estágios avançados, a HBP pode levar à insuficiência renal.
Os tratamentos médicos e cirúrgicos padrões normalmente se voltam para a próstata e, geralmente, levam a uma redução de sintomas, mas não sem efeitos colaterais significativos em alguns homens, disse Solomon.
Aumento da próstata e colesterol
O estudo associa o colesterol com a progressão da doença e sugere uma possível nova estratégia de prevenção e tratamento. Estas últimas descobertas surgiram a partir de experimentos com uma colônia de hamsters sírios que apresentaram a ampliação da próstata de forma natural.
Kristine Pelton, principal autora da pesquisa, testou a ezetimiba, uma droga hipercolesterolêmica (Zetia, da Merck) contra a finasterida (Proscar, Propecia, da Merck), uma terapia padrão para o tratamento da HBP.
A ezetimiba reduziu a hipertrofia prostática em hamsters idosos tão eficazmente quanto a finasterida. A combinação dos dois medicamentos funcionou melhor do que qualquer um deles sozinho.
Em uma descoberta inesperada, a patologista e coautora Dolores Di Vizio observou que a finasterida causou atrofia da próstata dos hamsters, enquanto a ezetimiba não.
Isto é uma evidência de que o medicamento redutor de colesterol inibe a BPH por um mecanismo novo, diferente da rota usada pelo medicamento tradicional para a condição.
Testes em humanos
O potencial efeito terapêutico da redução do colesterol sobre a próstata aumentada começou a ser estudado há 40 anos, pelo coautor do estudo, Carl Schaffner, que obteve resultados semelhantes em modelos pré-clínicos usando um medicamento diferente para baixar o colesterol.
Os pesquisadores agora querem testar doses mais baixas de ezetimiba e finasterida para ver se a condição pode ser revertida com menos efeitos colaterais.
Eles também querem avaliar a redução profilática do colesterol para determinar se o aumento da próstata pode ser evitado, e se os genes e proteínas mediadoras do efeito do colesterol na próstata podem ser identificados.
"Nós realmente queremos estar em condições de ajudar a conduzir um ensaio clínico para testar se esta terapia pode ter eficácia em pacientes humanos," disse Solomon.
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