Remédios de código livre
No que está sendo chamado de a primeira descoberta de remédios de "código-fonte aberto", cientistas de todo o mundo trabalharam em conjunto para identificar compostos químicos para tratar e prevenir doenças transmitidas por parasitas, como a malária, e alguns tipos de câncer.
Nas pesquisas de código aberto, todos os cientistas compartilham informações livre e abertamente e não registram patentes das descobertas, deixando todos os resultados em domínio público.
O esforço começou em 2011, quando a entidade Medicines for Malaria Venture, com sede em Genebra (Suíça), distribuiu 400 diferentes compostos químicos com potencial atividade antimalárica para 200 laboratórios em 30 países.
Um terço dos laboratórios fizeram agora um relatório conjunto dos resultados em um artigo publicado na revista PLoS Pathogens.
Remédios contra malária e câncer
As pesquisas deram origem a doze projetos de desenvolvimento de medicamentos, e não apenas para malária, mas para uma variedade de doenças.
"O ensaio foi bem-sucedido, não só na identificação de compostos para desenvolver fármacos contra a malária, mas também identificou compostos para o tratamento de outros parasitas e para o câncer," disse o professor Wesley Van Voorhis, da Universidade de Washington, que liderou a elaboração do relatório.
O Instituto Nacional do Câncer dos EUA já está trabalhando em uma droga contra o câncer de cólon, que surgiu a partir do esforço, informou Van Voorhis. Vários laboratórios europeus estão trabalhando em compostos contra a malária, enquanto os laboratórios dos EUA estão investigando medicamentos para combater outros parasitas.
Colaboração entre universidades e empresas
Empresas farmacêuticas, como a GSK e a Novartis, já se interessaram pelos resultados e estão colaborando com o projeto com intenção de fabricar os medicamentos descobertos.
"Grande parte dos recursos globais em biologia está nas universidades, enquanto que o foco da química medicinal ainda está em grande parte dentro da indústria. A descoberta de drogas open-source, com o compartilhamento de informações, é claramente um primeiro passo para superar essa lacuna," escreveu Van Voorhis em seu relatório.
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