22/02/2019

Não demora muito para pessoas acreditarem nas próprias mentiras

Redação do Diário da Saúde

Mentira que vira verdade

As pessoas são capazes de acreditar que as mentiras que contam são verdade depois de apenas 45 minutos.

É o que garantem os experimentos idealizados pela equipe da professora Angela Gutchess, da Universidade Brandeis (EUA).

Os pesquisadores usaram eletroencefalograma (EEG) para monitorar a atividade cerebral de adultos jovens e idosos enquanto eles davam respostas verdadeiras e falsas em questionários. Depois de 45 minutos, eles eram novamente avaliados para verificar se lembravam das mentiras que haviam dado.

O grupo mais velho, com idades entre 60 e 92 anos, mostrou-se significativamente mais propenso a aceitar como verdade uma mentira que haviam contado menos de uma hora antes - em comparação com o grupo com idades entre 18 e 24 anos.

Embora a pesquisa seja diferente, este resultado é coerente com um estudo recente que mostrou que os idosos são mais propensos a acreditar em notícias falsas.

"Os adultos mais velhos têm mais dificuldade em distinguir entre o que é real e o que não é real," afirmou a pesquisadora Laura Paige, acrescentando que os resultados sugerem que contar uma mentira embaralha a memória das pessoas mais velhas, de forma que elas têm mais dificuldade em recordar o que realmente aconteceu.

Os dados do EEG revelaram que mentir envolve os processos cerebrais responsáveis pela memória de trabalho. Isso sugere que uma mentira pode se inserir na memória e se tornar tão real quanto a verdade.

"Mentir altera a memória. Isso cria uma nova memória para algo que não aconteceu," disse ela.

A pesquisa foi publicada na revista Brain and Cognition.

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