Medo para o bem e para o mal
Durante as pandemias, os comportamentos de proteção precisam ser motivados por uma comunicação eficaz.
Um fator crítico para a compreensão da resposta de uma população a tal ameaça é o medo que a ameaça provoca.
Acontece que o medo, por um lado, contribui para motivar respostas de proteção, mas, por outro, também pode levar a comportamentos impulsionados pelo pânico.
Além disso, as medidas de bloqueio afetam o bem-estar, tornando importante identificar os fatores de proteção que ajudam a manter altos níveis percebidos de saúde durante as restrições.
Uma equipe internacional de pesquisadores, liderada por cientistas da Universidade de Viena (Áustria), conseguiu agora identificar fatores psicológicos que preveem o medo e como esses fatores influenciam a saúde - para o bem ou para o mal - durante os confinamentos.
Previsão do medo e da sensação de saúde
O medo pode ser previsto com uma precisão muito boa quando se leva em consideração as preocupações com a escassez na oferta de bens necessários ao dia a dia, a percepção da possibilidade de infecção pela doença, a aversão aos germes e as infecções na esfera social imediata da pessoa.
Já os fatores que preveem a percepção de saúde incluem uma forte percepção da infectabilidade das doenças em geral, segurança do apego, atividade física e idade mais jovem - isso indica que as populações mais velhas, com alta percepção de infectabilidade e insegurança, podem ser mais vulneráveis durante esses tempos incertos.
Curiosamente, as variáveis ambientais - como a gravidade local das restrições de bloqueio e a mortalidade - não tiveram valor preditivo para nenhuma das variáveis pesquisadas.
Esses resultados podem ser usados por autoridades de saúde preocupadas com o bem comum para traçar políticas de comunicação mais eficazes durante a pandemia.
"Poderíamos mostrar o valor dos fatores psicológicos de 'nível micro' sobre as condições ambientais de escala macro ao prever a resposta de uma população a uma crise e ao projetar intervenções comportamentais para grupos-alvo específicos," disse a pesquisadora Stephanie Eder.
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