Medicamento controverso para Alzheimer fracassa em testes clínicos

Com os fracassos da chamada hipótese amiloide, vários cientistas propõem uma nova perspectiva sobre o Alzheimer.
[Imagem: Sara Garcia Ratés et al. - 10.1002/alz.13869]

Fracasso esperado

Acaba de crescer a lista dos candidatos a medicamentos contra a doença de Alzheimer que não dão os resultados esperados.

A empresa farmacêutica Cassava Sciences anunciou que seu fármaco experimental simufilam não apresentou evidências de funcionar contra o Alzheimer em um ensaio clínico de fase 3.

Os voluntários que tomaram o medicamento não tiveram melhor desempenho em atividades cognitivas ou da vida cotidiana do que aqueles que receberam um placebo.

O simufilam agora faz parte da longa lista de fracassos dos candidatos a medicamentos para Alzheimer baseados no combate a mudanças em proteínas que se acumulam no cérebro.

Mas, neste caso, o reconhecimento do fracasso já era esperado, uma vez que os estudos científicos que deveriam embasar o desenvolvimento do fármaco estão sujeitos a denúncias há anos, com uma série de escândalos e controvérsias envolvendo fraudes nos artigos publicados.

"Este é um resultado esperado," disse o professor Matthew Schrag, da Universidade Vanderbilt (EUA), em entrevista à revista Science. "Continua sendo alarmante para mim que o teste tenha sido autorizado a continuar até a conclusão em vista das sérias preocupações éticas em torno da ciência subjacente."