Além da mamografia
Embora a mamografia, o padrão-ouro dos exames preventivos do câncer da mama, reduza a mortalidade pela doença, ela tem limitações importantes.
Os críticos da mamografia apontam para a baixa sensitividade do exame em mulheres com mamas densas, uma alta taxa de falsos positivos que levam a biópsias excessivas, e preocupações sobre efeitos a longo prazo das repetidas doses de radiação advindas dos exames bianuais.
Para consolidar as diversas pesquisas científicas feitas sobre o assunto nos últimos anos, uma equipe de médicos norte-americanos acaba de realizar um estudo de revisão, publicado no The American Journal of Medicine, com o título: "Além da Mamografia: Novas Fronteiras no Rastreamento do Câncer de Mama".
Com uma maior compreensão da estratificação dos riscos, os autores desta revisão vislumbram uma reformulação do paradigma típico do câncer de mama para incluir novas tecnologias, que permitam uma abordagem mais individualizada, integrando métricas específicas de cada paciente, tais como a idade, a densidade da mama e as preferências pessoais.
"Dada a heterogeneidade da população humana, uma tecnologia de imagem 'perfeita' para o rastreamento do câncer de mama provavelmente nunca será descoberta. Na verdade, por causa dessa heterogeneidade, o próprio conceito de 'uma estratégia que sirva para todas' pode estar ultrapassada," disse a Dra Jennifer S. Drukteinis, coordenadora da revisão.
Novas tecnologias para exames de mama
Os autores discutem os prós e contras de várias novas tecnologias para o rastreamento do câncer de mama.
Por exemplo, "a tomossíntese digital da mama é uma técnica de imagem que visa eliminar as ciladas da sobreposição do tecido mamário. Ela tem o potencial de reduzir as taxas de repetição de mamografias e reduzir os falsos negativos devido ao tecido mamário denso," disse Drukteinis.
A ressonância magnética, que oferece maior sensibilidade, mas uma menor especificidade, é apropriada para pacientes de alto risco.
Outras tecnologias discutidas pelos médicos são a mamografia de alto contraste, mamografia de baixa dose [de radiação], ecografia mamária integral automatizada e mamografia por emissão de pósitrons.
Mudança de paradigma
O Dr. Robert G. Stern, da Universidade do Arizona, publicou no mesmo exemplar da revista um editorial comentando a revisão dos estudos científicos com o título "Rastreamento do Câncer de Mama: A Mudança de Paradigma (Finalmente)".
"O desenvolvimento de uma abordagem personalizada, centrada na paciente individual para o rastreamento do câncer de mama, espelha a evolução das estratégias semelhantes em outros aspectos da medicina," escreve o Dr. Stern.
"Provavelmente nunca haverá uma tecnologia definitivamente nova para substituir a mamografia; em vez disso, abordagens inovadoras específicas para cada paciente, que incorporem novas tecnologias auxiliares e complementares na triagem do câncer de mama, váo melhorar a especificidade e a sensibilidade, reduzir a exposição à radiação e eliminar uma quantidade significativa de ansiedade na vida de nossas pacientes," completou.
Citando os meandros de cada modalidade dos exames, o Dr. Stern destaca um ponto muito crítico: a necessidade de uma relação muito mais próxima entre os médicos responsáveis pelos exames e os clínicos para garantir que cada mulher passe por uma triagem do câncer de mama sob medida para ela.
Este é um artigo de divulgação científica de uma pesquisa acadêmica. Leia o original aqui.
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