Índice Global de Diferenças de Gênero
A igualdade de gênero em uma sociedade - direitos e oportunidades equitativas para todos - faz aumentar a expectativa de vida tanto de homens quanto de mulheres.
O resultado é um tanto surpreendente visto que, por vivermos em uma sociedade tradicionalmente machista e com ampla desigualdade em desfavor das mulheres, seria de se esperar que uma maior igualdade aumentasse sobretudo a expectativa de vida delas.
Mas não foi o que Ana Catarina Gomes e colegas do Instituto George Para Saúde Global (Reino Unido) descobriram em um estudo em nível global.
Para investigar se a igualdade de gênero estava associada à expectativa de vida para mulheres e homens e avaliar a diferença de gênero na expectativa de vida em todo o mundo, os pesquisadores desenvolveram um índice de diferença de gênero global a partir do índice desenvolvido pelo Fórum Econômico Mundial (FEM), e então aplicou o índice modificado em 156 países, considerando dados entre 2010 e 2021.
O Índice Global de Diferenças de Gênero do FEM compara o estado atual e a evolução da paridade de gênero em quatro dimensões principais: Participação econômica e oportunidade, realização educacional, saúde e sobrevivência e empoderamento político. Para este estudo, a dimensão saúde foi excluída por incluir expectativa de vida saudável, que era o objeto visado pelos pesquisadores.
Entre as três dimensões incluídas (política, econômica e educacional), a igualdade de gênero na educação teve a associação mais forte com uma expectativa de vida mais longa - e o resultado foi bastante semelhante para mulheres e para homens.
No geral, em 2021, cada aumento de dez por cento no índice de igualdade de gênero foi associado a um aumento de 4,3 meses na expectativa de vida das mulheres e um aumento de 3,5 meses na expectativa de vida dos homens.
"À medida que os países fazem maior progresso em direção à igualdade de gênero e as mulheres têm a oportunidade de participar mais plenamente da vida política, econômica e social, toda a sociedade colhe os frutos," destacou a pesquisadora, que trabalhou em conjunto com colegas do Imperial College de Londres.
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