Buscar ou evitar informações
Vivemos um tempo de acesso sem precedentes à informação. E, neste momento de "fique em casa" no mundo todo, o desejo de notícias pode ser maior do que nunca - pelo menos para algumas pessoas.
Mas nós realmente queremos toda essa informação, o tempo todo?
Alguns podem de fato preferir ter pensamentos mais felizes e manter uma visão otimista sobre a ameaça à saúde que enfrentamos. Por outro lado, outros podem preferir não saber o que as oscilações do mercado estão fazendo com suas economias.
Em outras palavras, a maioria das pessoas tem áreas de sua vida - incluindo saúde e finanças - nas quais prefere evitar verdades potencialmente duras e permanecer alegremente "ignorante".
"Os economistas há muito pensam 'quanto mais, melhor', quando se trata de informação," pondera o professor George Loewenstein, da Universidade Carnegie Mellon (EUA). "Esse pensamento não reflete totalmente o relacionamento complexo das pessoas com as informações. Queríamos criar uma maneira de medir a tendência de um indivíduo de buscar ou se esquivar das informações".
Evitar a verdade vs. conhecer os fatos
Para medir essa tendência em relação às informações, os pesquisadores colocaram voluntários frente a diversos cenários.
Em um deles, por exemplo, os participantes tiveram a opção de descobrir, como parte de um exame médico de rotina, até que ponto seu corpo havia sofrido danos duradouros devido ao estresse: Um terço dos entrevistados preferiu não ouvir as informações.
Em outro, entre os voluntários que pretensamente tinham dado seu livro favorito de presente a um amigo próximo, 1 em cada 4 participantes preferiu não saber se o amigo havia lido ou gostado do livro.
O estudo mostra que o desejo de evitar informações é generalizado e que a maioria das pessoas possui pelo menos alguns domínios - seja saúde, finanças ou opinião de outras pessoas - nas quais preferem permanecer desinformadas.
"É tentador pensar que as pessoas do lado oposto do seu espectro político são as que tentam evitar as informações," comentou o professor David Hagmann, membro da equipe. "Mas não encontramos diferenças na fuga das informações por ideologia política, renda, gênero ou, talvez surpreendentemente, pela educação.
Característica duradoura
O estudo também mostrou que o desejo por informações foi consistente ao longo do tempo. Ou seja, aqueles que expressaram uma preferência por evitar informações em determinado momento expressaram preferências semelhantes quando perguntados novamente semanas depois.
Além disso, o modo como as pessoas reagiram a cenários hipotéticos previram suas decisões reais quando elas foram apresentadas a casos reais de receber ou evitar a obtenção de informações.
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