Trabalho que faz bem para a saúde
Há evidências científicas suficientes para sustentar que a flexibilidade no horário de trabalho é benéfica para a saúde dos trabalhadores se lhes for permitido estabelecer seus próprios padrões pessoais de trabalho.
A conclusão é de uma revisão feita por cientistas da Universidade de Durham, na Inglaterra, cobrindo diversas pesquisas científicas armazenadas na biblioteca médica Cochrane.
Horário flexível de trabalho
Nos países escandinavos, condições de trabalho flexíveis para os trabalhadores que têm famílias são comuns.
No ano passado, o governo britânico ampliou uma legislação anterior que permitia que pais de crianças pequenas solicitassem a flexibilização nos horários de trabalho - agora, todos os pais com filhos menores de 16 anos têm o direito de requerer condições de trabalho flexíveis.
Embora se assuma que tais políticas são benéficas aos trabalhadores, é importante tentar entender os impactos específicos sobre a saúde em mais detalhes para que essas medidas possam ser ampliadas e serem otimizadas de forma a oferecer os maiores benefícios possíveis.
Escolhendo o horário de trabalho
A chamada Revisão Sistemática Cochrane incluiu dez estudos que pesquisaram as diferentes formas de trabalho flexível. O conjunto dos estudos envolveu um total de 16.603 pessoas.
A conclusão é que o auto-agendamento das horas de trabalho tem os impactos mais positivos sobre uma série de marcadores de saúde, incluindo pressão arterial, qualidade do sono e saúde mental.
Em uma das pesquisas revisadas, por exemplo, policiais que foram capazes de mudar seus horários de trabalho mostraram melhorias significativas no bem-estar psicológico em relação a policiais que começavam a trabalhar em um horário fixo.
Trabalho flexível
"O trabalho flexível parece ser mais benéfico para a saúde e o bem-estar quando as pessoas controlam seus próprios padrões de trabalho, mais do que quando são os empregadores que estão no controle," afirma a Dra Clare Bambra, que participou da revisão.
"Nós precisamos saber mais sobre como os efeitos do trabalho flexível sobre a saúde são experimentados por diferentes tipos de trabalhadores, por exemplo, comparando as mulheres aos homens, os mais velhos aos mais jovens e os mais qualificados com os não-qualificados," acrescenta Kerry Joyce, coautora do estudo.
"Isto é importante porque alguns tipos de trabalho flexível parecem estar disponíveis apenas para os trabalhadores com ocupações de status mais alto e isso pode servir para aumentar as diferenças existentes em matéria de saúde entre os grupos sociais," explica a pesquisadora.
Controle sobre o trabalho
"Essas descobertas certamente darão aos empregadores e aos empregados algo no que pensar. Estar no controle sobre como e quando nós vamos trabalhar é bom para nós e tem benefícios óbvios para a saúde. Os funcionários que são capazes de adaptar seus horários de trabalho para que eles se encaixem com o restante de suas vidas sentem-se muito melhor," conclui a Dra Bambra.
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