Sensibilidade à ansiedade
Apesar da recomendação generalizada de atividade física regular como estratégia para gerenciar a enxaqueca, para alguns pacientes o exercício físico pode na verdade desencadear ataques de enxaqueca.
Os critérios de diagnóstico mais comuns da enxaqueca incluem uma dor na cabeça latejante e unilateral, hipersensibilidade a luzes, sons, odores e agravamento dos sintomas por atividades motoras.
Embora o exercício aeróbico regular tenha sido fortemente recomendado pelos médicos como uma opção adjuvante para a prevenção da enxaqueca, para até 1/3 dos pacientes o exercício físico pode ser um gatilho para os ataques de enxaqueca - portanto, ele deve ser evitado como uma estratégia para gerenciar a enxaqueca.
Samantha Farris e seus colegas da Universidade Estadual de Nova Jersey (EUA) acreditam ter descoberto o mecanismo que pode explicar esse um terço de pessoas que se prejudica dos exercícios, em vez de se beneficiar deles: é o que os pesquisadores chamam de "sensibilidade à ansiedade".
A sensibilidade à ansiedade se refere ao medo de experimentar excitação gerada por práticas físicas, cognitivas ou sociais.
Esse fenômeno já havia sido observado em outras condições de dor, especialmente quando se trata de exercícios mais vigorosos, uma vez que essa intensidade do exercício é percebida como potencialmente desencadeante ou agravante da dor. E parece que o mesmo é válido para o temor de desencadear um ataque de enxaqueca.
Quando os exercícios pioram a enxaqueca
Os pesquisadores avaliaram 100 mulheres que sofrem de ataques esporádicos de enxaqueca em busca de confirmação de uma conexão entre a sensibilidade à ansiedade e o disparo de crises.
Os resultados mostraram que níveis mais altos de sensibilidade à ansiedade estão associados à fuga da prática de atividades física de intensidade moderada e vigorosa - cada aumento de um ponto na escala de sensibilidade à ansiedade resultou em um aumento de até 5% nas chances de evitar a atividade física.
Preocupações com as consequências físicas das sensações corporais (por exemplo, dificuldade em respirar) foram associadas a uma probabilidade 7,5 vezes maior de evitar exercícios vigorosos, enquanto as consequências cognitivas das sensações corporais (por exemplo, incapacidade de concentração), que refletem a incapacidade relacionada à dor de cabeça, foi associada com uma probabilidade 5,2 vezes maior de evitar exercícios mesmo moderados.
Ver mais notícias sobre os temas: | |||
Dores Crônicas | Cérebro | Atividades Físicas | |
Ver todos os temas >> |
A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.