O Ministério da Saúde confirmou o primeiro caso de Febre do Nilo Ocidental (FNO), em um trabalhador rural do estado do Piauí.
O caso estava em investigação desde agosto deste ano, quando o paciente apresentou encefalite e foi notificado como caso suspeito. A doença foi confirmada após a realização de dois exames sorológicos com reagente para o vírus do Nilo Ocidental-VNO (IH e ELISA).
Febre do Nilo
A Febre do Nilo Ocidental é uma infecção viral causada por um vírus e transmitida por meio da picada de mosquitos comuns, principalmente do gênero Culex. A doença é originária do Egito, norte da África.
Cerca de 80% dos casos em humanos não apresentam sintomas. Apenas 20% dos casos apresentam sintomas semelhantes aos da gripe, como febre, fadiga, dores de cabeça e dores musculares ou articulares, e menos de 1% dos humanos infectados ficam gravemente doentes, sendo que a maioria dos casos graves acomete idosos.
Os sintomas graves incluem febre alta, rigidez na nuca, desorientação, tremores, fraqueza muscular e paralisia. As pessoas gravemente afetadas podem desenvolver encefalite (inflamação do cérebro) ou meningite (inflamação das membranas do cérebro ou da espinal medula).
Não existe tratamento específico para a Febre do Nilo. O tratamento dos pacientes infectados é de suporte e envolve hospitalização, reposição intravenosa de fluidos, suporte respiratório e prevenção de infecções secundárias.
Rastreamento
Outras quatro pessoas apresentaram sintomas neurológicos considerados suspeitos, no entanto, os exames laboratoriais descartaram a possibilidade de Febre do Nilo.
Além dos casos que apresentaram sintomas, foram realizados testes em mais 18 pessoas da região e todos os resultados deram negativo.
Segundo o Ministério, o evento isolado, sem identificação da cadeia de transmissão, suscitou uma investigação detalhada que está em curso para que se busque esclarecer a maneira de transmissão.
O trabalho consiste em visitas as propriedades rurais, com o objetivo de investigar a possível ocorrência de novos casos, além de orientar a rede do SUS e avaliar a transmissão por meio da população animal de equídeos e aves.
Para as outras regiões do país, a recomendação é alertar a rede de serviços de saúde para ampliar a vigilância de casos humanos suspeitos da febre, notificando o Ministério de Saúde em até 24 horas. É considerado caso suspeito, paciente com quadro de doença febril inespecífica, acompanhada de manifestações neurológicas de causa desconhecida (compatíveis com meningite, encefalite ou meningoencefalite).
O paciente, que estava internado no Instituto de Doenças Tropicais Natan Portela, em Teresina (PI), já teve alta e vai passar por reabilitação e fisioterapia para recuperar o seu estado de saúde.
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