Fatores ainda negligenciados quando o assunto é saúde, típicos da vida moderna, podem ser responsáveis por um aumento "quase epidêmico" das doenças neurológicas do cérebro, segundo uma nova pesquisa realizada pela equipe do professor Colin Pritchard, da Universidade de Bournemouth (Reino Unido).
Publicado na revista Surgical Neurology Internacional, o estudo comparou 21 países ocidentais, entre 1989 e 2010, e descobriu que as demências estão começando uma década antes do que costumava acontecer.
Além disso, as mortes causadas por doenças neurológicas aumentaram significativamente em adultos com idades entre 55 e 74 anos. Entre os adultos com 75 anos ou mais a taxa dobrou em praticamente todos os países ocidentais apenas nos últimos 20 anos.
Nos EUA o problema é particularmente agudo: as mortes por causas neurológicas entre homens com mais de 75 anos quase triplicaram, e aumentaram mais de cinco vezes entre as mulheres. Pela primeira vez desde que começaram a ser feitos registros sobre o assunto, as mulheres idosas morreram mais de doenças neurológicas do que de câncer nos EUA.
"A taxa de aumento em espaço tão curto de tempo sugere uma epidemia silenciosa ou mesmo 'oculta', em que os fatores ambientais devem desempenhar um papel importante, e não apenas o envelhecimento. A vida moderna produz poluição ambiental multi-interacional, mas as alterações na morbidade humana, incluindo as doenças neurológicas, são notáveis e apontam para influências ambientais," disse o professor Colin Pritchard.
Petroquímicos, inseticidas e radiação eletromagnética
"Fundamentalmente, não é só porque as pessoas estão vivendo mais tempo para pegar doenças que antes não teriam se não tivessem vivido o suficiente para desenvolver, mas as pessoas mais velhas estão desenvolvendo doenças neurológicas mais do que nunca.
"As alterações ambientais nos últimos 20 anos revelaram aumentos no ambiente humano de petroquímicos, quatro vezes mais veículos a motor e inseticidas, aumento no campo eletromagnético de fundo, e assim por diante.
"Estes resultados não serão uma boa notícia, pois há muitos com interesses escusos de curto prazo que querem ignorá-los. Não é que nós queiramos parar o mundo moderno, mas sim torná-lo mais seguro.
"Essencialmente, é hora de acordar e perceber que um grande problema que enfrentamos agora são os níveis sem precedentes de doenças neurológicas, e não apenas as demências precoces," concluiu Colin Pritchard.
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