Cortisol e leptina
As pessoas adultas costumam reagir ao estresse consumindo mais doces ou comidas que engordam e trazem conforto, ou seja, alimentos desejados pelo hormônio do estresse, o cortisol, também um estimulante do apetite.
Porém, adolescentes com excesso de peso - que os especialistas consideravam os mais suscetíveis a comer mais devido ao estresse - na verdade comem menos desse tipo de alimento quando expostos a um fator estressante.
Além disso, nos experimentos de laboratório, esses adolescentes evitaram os alimentos com alto teor de gordura e açúcar.
Ainda mais surpreendente, as crianças que produziram mais cortisol após uma situação de estresse tiveram a maior redução do apetite, ingerindo cerca de 35% menos calorias nas duas horas após o estressor.
Os resultados foram semelhantes quando os adolescentes sabiam e quando não sabiam que sua ingestão de alimentos estava sendo monitorada - isso é importante porque as pessoas que restringem as calorias têm maior probabilidade de comer ao se sentirem estressadas.
Como esse comportamento não se repetiu entre os participantes de uma dieta, os pesquisadores afirmam que isso indica que uma resposta biológica - como a inundação de cortisol ou o hormônio da saciedade leptina - induziu a redução no apetite dos adolescentes.
Resposta de curto prazo
Mas há algumas ressalvas ao estudo, reconhecem Rebecca Hasson e Matthew Nagy, da Universidade de Michigan (EUA).
"Isso não significa que é só estressar as crianças que elas perderão peso. Isso é apenas a curto prazo. Elas podem ingerir mais calorias mais tarde. Tipicamente, muitas crianças disseram que acabam comendo mais quando estavam estressadas, então talvez fosse uma questão de tempo," ponderou Hasson.
Hasson disse que ainda há muito trabalho a ser feito para saber quem é suscetível a grandes picos de cortisol e aos efeitos a longo prazo do estresse. Estudos anteriores constataram que adultos com sobrepeso e com altas respostas ao cortisol após o estresse também sofrem redução calórica a curto prazo.
Além disso, mesmo que o pico de cortisol não cause excessos na alimentação, ele ainda é metabolicamente prejudicial, acrescentou a pesquisadora.
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