Lendo emoções
Se você visse uma pessoa com a testa franzida, a boca arqueada para baixo e os olhos semicerrados, você diria que ela está com raiva?
Mas e se alguém lhe contasse que aquela foto mostra uma pessoa que havia esquecido os óculos de leitura e estava tentando decifrar o cardápio de um restaurante?
O fato é que a interpretação dos movimentos faciais de uma pessoa não pode ser feita no vácuo - ela depende do contexto.
Mas há mais do que isso - de fato, vários complicadores.
Muito longe do tradicional padrão dos emojis, psicólogos demonstraram agora que as pessoas usam diferentes movimentos faciais para comunicar diferentes instâncias da mesma categoria de emoção - por exemplo, alguém pode franzir a testa, contrair as sobrancelhas ou até mesmo rir quando está retratando a raiva.
Além disso, nós também empregamos configurações faciais semelhantes para comunicar uma variedade de instâncias de diferentes categorias de emoções - uma carranca às vezes pode expressar concentração, por exemplo.
Inteligência artificial e emoções
Estes resultados têm sérias implicações para a tecnologia de reconhecimento de emoções, que pretendem ler emoções no rosto, dizem os pesquisadores.
"A implicação deste estudo é que há muito mais variabilidade na maneira como as pessoas expressam diferentes instâncias de uma determinada categoria de emoção. E uma configuração facial pode expressar instâncias de raiva, felicidade ou outras categorias de emoção, dependendo do contexto," resumiu a professora Lisa Barrett, da Universidade Northeastern (EUA).
A equipe da professora Lisa faz parte de um grande grupo de pesquisa que vem tentando demonstrar que a inteligência artificial para detectar emoções não tem base científica.
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