Custo sem benefício
Depois de recolher dados de 22 países de alta renda, pesquisadores demonstraram que a quantia que os países gastam em tratamentos de câncer não está ligada às taxas de mortalidade por câncer.
Em outras palavras, fazer os pacientes com câncer viverem mais não é uma questão de dinheiro.
Por exemplo, os dados mostraram que os EUA gastaram cerca de US$ 584 per capita em tratamentos de câncer, em comparação com a a Austrália, que gastou US$ 304 per capita, e a Nova Zelândia, onde os custos de tratamento foram muito menores, de US$ 233 per capita.
Embora os EUA tenham gasto mais, a taxa de mortalidade lá foi de 86,3 por 100.000 pessoas, em comparação com 83,3 mortes para cada 100.000 pessoas na Austrália, e 99 por 100.000 pessoas na Nova Zelândia.
Se seguisse o padrão norte-americano, a Nova Zelândia teria que multiplicar seus gastos em 250%, mas obteria uma redução nas mortes de apenas 14%.
Aprovações apressadas
Ryan Chow e seus colegas usam esses dados para alertar sobre as políticas adotadas pelas autoridades de saúde dos diversos países.
Por exemplo, a FDA, a agência de medicamentos dos EUA, não considera os preços ao avaliar um medicamento e concede cada vez mais aprovações de medicamentos com base em evidências preliminares, incluindo medidas substitutas não validadas. Isso sem dúvida beneficia as empresas farmacêuticas, que podem vender seus novos medicamentos mais rapidamente, mas aparentemente não beneficia os pacientes.
"Assim, grande parte do crescimento nos gastos com medicamentos contra o câncer nos EUA foi atribuído a anticorpos monoclonais, inibidores de quinase e inibidores de pontos de checagem imunológicos, que muitas vezes conferem ganhos de sobrevivência marginais ou pouco claros. Muitos medicamentos para o câncer aprovadas pela FDA depois têm sua autorização negada na Inglaterra devido a deficiências de segurança, eficácia ou custo-benefício," escreveram os pesquisadores.
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