No Brasil praticamente não há mais discussão sobre alimentos geneticamente modificados, depois que um forte lobby da indústria ocupou todos os espaços no Congresso, no governo e na mídia.
Contudo, o que é fato é que não há consenso científico sobre a segurança dos alimentos transgênicos.
Um estudo científico que fez eco no mundo todo, por exemplo, - exceto no Brasil - lançou novas preocupações sobre os transgênicos ao mostrar que os vegetais alteram genes humanos - a grande imprensa brasileira ignorou a descoberta.
Lá fora, o debate continua aceso: nesta semana, centenas de especialistas vão se reunir na Universidade de Belfast (Reino Unido) para debater a integridade da cadeia alimentar e a possibilidade de rastreabilidade dos alimentos transgênicos.
Segundo os organizadores da conferência ASSET 2014, as culturas geneticamente modificadas são uma das questões mais controversas sobre alimentos do mundo, o que justifica reunir as principais autoridades mundiais sobre o assunto.
Um painel de especialistas internacionais vai argumentar a favor e contra as culturas geneticamente modificadas.
A conferência, que destaca as ameaças conhecidas e as ameaças emergentes para a integridade da cadeia alimentar, contará com a participação de mais de 350 cientistas e membros da indústria de mais de 25 países.
Público e alimentos geneticamente modificados
Os organizadores atestam que a preocupação da população com o tema é cada vez maior: uma pesquisa com consumidores na Irlanda do Norte revelou que 11% checam os rótulos dos alimentos para obter informações sobre modificações genéticas, em comparação com apenas 3% que verificam a existência de conteúdo orgânico e 2% que verificam a existência de riscos de alergias.
"O debate em torno dos alimentos geneticamente modificados é uma das questões alimentares mais controversas no mundo. A discussão irá explorar as questões em torno da introdução de alimentos, culturas e alimentos geneticamente modificados na Europa - um tema que está-se tornando cada vez mais importante em uma tentativa para lidar com novos desafios e ameaças à segurança alimentar global," disse o professor Chris Elliott, um dos organizadores do evento.
Para esclarecer mais, o professor Elliott detalha: "Geneticamente Modificados essencialmente significa alterar a composição genética de plantas e culturas em laboratório, através da remoção ou adição de genes no DNA da planta para dar-lhe uma nova característica. Isto pode ser usado para aumentar a produtividade, para tornar as culturas mais resistentes a pragas ou para permitir que as plantas sobrevivam em ambientes hostis. Enquanto algumas pessoas argumentam que a modificação genética abre as portas para uma fonte de alimento mais abundante, sustentável e mais barata, outras contestam dizendo que a natureza não deve sofrer interferência e que não podemos ter certeza de seus efeitos sobre os animais de criação, os seres humanos e outras plantas e animais selvagens."
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