Oniomania
O nome do transtorno é oniomania, a impulsão para comprar coisas - o termo é derivado do grego oné (compra, aquisição) e manía (insânia, fúria).
O que leva uma pessoa a comprar compulsivamente é que, muitas vezes, o ato de comprar serve como remédio para a angústia e a depressão, explica a psicóloga Tatiana Filomensky, coordenadora do Programa para Compradores Compulsivos, da USP (Universidade de São Paulo).
O ato de comprar desperta nas pessoas uma sensação de bem-estar, prazer e satisfação. No comprador compulsivo, esse sentimento não é diferente.
"O problema é que, para ele, isso é muito mais. Ele vai em busca dessa satisfação com uma frequência muito maior, porque não consegue atingir essa satisfação de outra maneira. A solução para as sensações desagradáveis, negativas e frustrações está nas compras. Muitos dizem que compram para preencher um vazio," explica Tatiana.
Sintomas do comprar compulsivoO comportamento repetitivo e crônico de gastar descontroladamente gera consequências negativas para o indivíduo, além dos elevados índices de comorbidade (doenças relacionadas), como transtorno de humor e ansiedade.
Os principais sintomas da compra compulsiva são:
A boa notícia é que a oniomania tem tratamento.
Tratamento da compra compulsiva
Para tratar esse transtorno, é necessário realizar uma avaliação psiquiátrica para diagnosticar as questões relacionadas aos problemas de cada indivíduo.
Paralelamente, é feito o tratamento psicoterápico, realizado em grupo. São 20 sessões, uma vez por semana, durante uma hora e meia. Dois psicólogos fazem o acompanhamento durante todo o período em que o paciente se encontra em tratamento, buscando ajudá-lo a entender o que acontece com ele, por que compra demasiadamente, quais os "gatilhos" que o levam a esse descontrole e o porquê desse comportamento compulsivo.
Segundo Tatiana, a doença não tem cura, mas consegue-se controlá-la. Os resultados do ambulatório são positivos, afirma: "As pessoas que passaram pelo tratamento e tiveram alta dizem que melhoraram muito e que mudaram o seu comportamento."
O importante, para a psicóloga, é tentar "ressignificar" o comportamento compulsivo, mostrar outras formas de a pessoa obter recompensas e sentir-se amada que não seja pelo viés do consumo compulsivo. Tatiana explica que não dá para simplesmente dizer para a pessoa não comprar nunca mais: "Temos que ensiná-la a entender quando é uma compra compulsiva e quando é normal."
Mais informações sobre o Programa para Compradores Compulsivos da USP podem ser obtidas no endereço eletrônico www.proamiti.com.br.
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