Infecções em lentes de contato
Estudos científicos têm mostrado que as soluções desinfetantes para lentes de contato não são tão eficazes quanto prometem na prevenção do biofilme, que são aglomerados de bactérias que se fixam na superfície das lentes.
Assim, esses produtos podem não conseguir evitar sobretudo a ceratite microbiana, que é uma das complicações mais graves para usuários de lentes de contato - é uma infecção da córnea causada por bactérias, a mais comum sendo a Pseudomonas aeruginosa.
Sattaporn Weawsiangsang e colegas das universidades de Portsmouth (Reino Unido), Naresuan e Pibulsongkram (Tailândia) descobriram agora que a solução para isso pode estar na hidroquinina, um composto orgânico produzido por algumas árvores - a substância também é conhecida como diidroquinina.
A equipe examinou as propriedades antibacterianas, anti-adesão e anti-biofilme de soluções multiuso formuladas com hidroquinina e compararam-nas com os dois produtos comerciais mais vendidos para a mesma finalidade. O composto natural ganhou longe, matando 99,9% das bactérias no momento da desinfecção.
"As soluções desinfetantes disponíveis no mercado, compostas por vários produtos químicos, podem às vezes causar reações com efeitos colaterais dolorosos. [Demonstramos] que novos agentes feitos a partir de produtos naturais podem ser uma excelente opção para limitar ou reduzir o risco de contaminação das lentes de contato," disse o professor Robert Baldock, coordenador do estudo.
Hidroquinina
A hidroquinina já é conhecida por ser um agente eficaz contra a malária em humanos e também está sendo usada nos Países Baixos para tratar cãibras musculares noturnas. Mas os estudos sobre suas propriedades antimicrobianas e de combate à resistência aos medicamentos ainda são escassos.
"Nossos resultados iniciais indicam que a imersão das lentes de contato em uma solução multiuso contendo hidroquinina é possivelmente útil para prevenir contaminação e infecção. No entanto, são necessárias mais investigações para determinar se a própria hidroquinina também apresenta reações adversas ou toxicidade.
"Continuamos testando o composto em diversas células e, até o momento, os resultados são realmente promissores. Este potencial desenvolvimento poderá contribuir para a criação de novos desinfetantes a partir de produtos naturais, combatendo eficazmente as infecções por P. aeruginosa e reduzindo os casos de infecção da córnea," concluiu Weawsiangsang.
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