Células-tronco no sistema nervoso
Um grupo de pesquisadores da Suécia, França e Japão demonstrou como as células-tronco, juntamente com outras células, podem reparar tecidos danificados da medula espinhal.
Os resultados, obtidos em animais de laboratório, são promissores para o desenvolvimento de terapias para lesões na medula espinhal.
Há uma grande esperança de que danos ao cérebro e à medula espinhal possam, no futuro, ser tratados com células-tronco - células imaturas que podem se desenvolver em diferentes tipos de células.
Células parecidas com as células-tronco têm sido encontradas em muitas partes do sistema nervoso humano adulto, embora ainda não esteja claro o quanto elas contribuem para a formação de novas células funcionais em indivíduos adultos.
Reação das células-tronco à lesão
O estudo, coordenado pelo professor Jonas Frisen, do Instituto Karolinska, na Suécia, acaba de ser publicado na revista Cell Stem Cell.
O artigo mostra como as células-tronco e vários outros tipos celulares contribuem para a formação de novas células da medula espinhal em camundongos e como isto se altera drasticamente após um trauma.
Os pesquisadores identificaram um tipo de célula-tronco, chamada célula ependimal, na medula espinhal.
Eles demonstraram que essas células são inativas em uma medula espinhal saudável, e que a formação de células novas acontece principalmente por meio da divisão de células mais maduras.
Quando a medula espinhal é lesada, no entanto, essas células-tronco são ativadas e se tornam a principal fonte de novas células.
As células-tronco, em seguida, dão origem a células que formam os tecidos de cicatrização e a um tipo de célula de suporte que é um componente importante da funcionalidade da medula espinhal.
Efeito insuficiente
Os cientistas também mostram que uma determinada família de células maduras, conhecidas como astrócitos, produz grandes quantidades de células formadoras de cicatrizes após a lesão.
"As células-tronco têm um certo efeito positivo depois da lesão, mas não o suficiente para restaurar a funcionalidade da medula espinhal," explica o Dr. Frisen. "Uma questão interessante agora é saber se podemos identificar compostos farmacêuticos que estimulem as células a formar mais células de apoio, a fim de melhorar a recuperação funcional após um traumatismo da coluna vertebral."
Há menos de dois meses, uma outra equipe descobriu um mecanismo capaz de restaurar conexões nervosas após uma lesão na medula espinhal.
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