Canabidiol
O primeiro extrato de canabidiol desenvolvido no Brasil chegou às farmácias de todo o país graças a uma parceria entre a indústria farmacêutica e cientistas da USP de Ribeirão Preto (SP).
A equipe do professor Antônio Zuardi pesquisa há décadas possíveis aplicações farmacêuticas para compostos derivados da planta Cannabis sativa - a maconha.
Fabricado pelo laboratório Prati-Donaduzzi, o fitoterápico foi liberado para comercialização pela Anvisa em 22 de abril, e os primeiros lotes foram entregues ao mercado nesta semana.
O produto é uma solução oral 200 mg/ml, produzido a partir do princípio ativo puro, o canabidiol, mas livre da substância psicoativa THC (tetrahidrocanabinol).
Mas não adianta procurar pelo medicamento nas prateleiras: A venda está condicionada à apresentação de receituário tipo B (azul), de numeração controlada, a exemplo do que já ocorre com calmantes, antidepressivos e outras substâncias psicoativas, que atuam sobre o sistema nervoso central.
Fitofármaco de maconha
Diferentemente do medicamento Mevatyl (ou Sativex) - único canabidiol disponível no mercado nacional até então, produzido pela britânica GW Pharma -, que tem indicação específica para o tratamento de espasticidade (contrações musculares involuntárias) relacionada à esclerose múltipla, o produto brasileiro foi registrado como um fitofármaco (fármaco de origem vegetal), sem indicação clínica pré-definida.
Isso significa que ele pode ser receitado para qualquer condição em que o canabidiol seja considerado potencialmente benéfico para o paciente.
"A indicação fica a critério do médico," disse Zuardi, um dos pioneiros da pesquisa com derivados da maconha no Brasil e no mundo. A recomendação do Conselho Federal de Medicina (CFM), segundo ele, é que o produto só seja usado de forma "compassiva", depois que todas as alternativas convencionais de tratamento já tiverem sido testadas sem sucesso.
Canabidiol
O canabidiol (CBD) é uma das várias substâncias presentes na maconha (chamadas canabinoides) que agem sobre o sistema nervoso central (especialmente no cérebro), e que são pesquisadas em laboratórios mundo afora para uma série de aplicações terapêuticas - por exemplo, no tratamento de epilepsia, esclerose múltipla, doença de Parkinson, esquizofrenia, ansiedade, fobias sociais e vários outros distúrbios psiquiátricos e emocionais.
Alguns desses efeitos já são bem comprovados em seres humanos, outros nem tanto; mas as promessas são muitas. Em estudos pré-clínicos, com modelos animais, "ele parece ser bom para quase tudo. É realmente impressionante," disse o pesquisador Francisco Guimarães, ressaltando, porém, que muitas dessas funcionalidades ainda precisam ser melhor estudadas e comprovadas em ensaios clínicos bem controlados, em seres humanos.
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