28/11/2008

Brasil está vencendo a luta contra o câncer infantil

Redação do Diário da Saúde
Brasil está vencendo a luta contra o câncer infantil

[Imagem: Commitment2kids]

Sucesso da medicina

A boa notícia é que a perspectiva da criança com câncer mudou de eixo - passando de 85% de mortalidade para 85% de chances de cura, tornando o tratamento do câncer infantil um dos maiores sucessos dos últimos 30 anos.

A informação consta da publicação Câncer na Criança e no Adolescente no Brasil: Dados dos Registros de Base Populacional e de Mortalidade, lançada ontem pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Câncer.

Câncer infanto-juvenil no Brasil

A publicação inédita mostra a situação do câncer infanto-juvenil no Brasil, com informações sobre incidência e mortalidade, além de outros dados gerais sobre o assunto, incluindo estudos desenvolvidos no Brasil e no mundo.

A análise do perfil da incidência foi realizada a partir das informações coletadas em 20 centros de tratamento e triagem, os chamados Registros de Câncer de Base Populacional (RCPB) do país, 17 deles localizados em capitais.

O estudo permite contextualizar as principais características do câncer na criança e no adolescente, bem como conhecer os tumores mais incidentes e também os de maior mortalidade na população infanto-juvenil.

Diagnóstico precoce

O INCA coordena um esforço nacional de combate ao câncer infantil e juvenil que reúne várias instituições do Brasil que atuam nessa área. O trabalho tem como eixos fundamentais o diagnóstico precoce, a melhoria da qualidade da assistência e a integração das parcerias para o controle da doença.

Vencendo o câncer infantil

A melhor notícia trazida pela publicação é que a perspectiva da criança com câncer mudou de eixo - passando de 85% de mortalidade para 85% de chances de cura. Portanto, de acordo com a publicação, o tratamento da criança com câncer é um dos maiores exemplos de sucesso da medicina dos últimos 30 anos.

A mudança de perfil, observada pela análise da incidência e mortalidade, sugere uma relação direta com os avanços terapêuticos e com os métodos de diagnóstico precoce, principalmente os registrados durante a década de 70.

As informações da publicação apontam para uma queda da mortalidade pela doença, em todo o mundo, nos últimos 30 anos, principalmente em relação às leucemias, que se apresentam como os cânceres mais incidentes na faixa etária dos 0 aos 18 anos.

Principal causa de morte

É possível observar pelos estudos internacionais, disponíveis na publicação, que as taxas de incidência apresentaram discreto aumento nas últimas décadas. Nos Estados Unidos, de 1975 a 1999, a variação percentual anual foi de 0,4 a 1%. Porém, para o período mais recente, 1987 a 1999, a taxa tem permanecido estável, variando de -0,2% a 1,1%.

A publicação mostra que a política de combate ao câncer infanto-juvenil no país está no caminho certo. O perfil da incidência do câncer em crianças e adolescentes no Brasil é semelhante ao observado nos países em desenvolvimento. O câncer destaca-se ainda como a mais importante causa de óbito dentro da faixa etária de 1 a 18 anos. Este cenário pode ser atribuído às atuais políticas de prevenção de outras doenças infantis.

Assim, no Brasil, excluindo-se as causas externas, o câncer é a principal causa de morte, por doença, na faixa etária de 5 a 18 anos. Em menores de 5 anos, o câncer é uma das dez principais causas de morte.

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