Bebida láctea fermentada
Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) criaram uma bebida láctea fermentada usando um subproduto da fabricação do queijo.
O soro é um subproduto da indústria de queijo, cuja produção pode variar de 6 a 9 litros para cada quilograma de queijo produzido, e não pode ser descartado no meio ambiente porque diminui a quantidade de oxigênio nos rios.
A bebida foi suplementada com Lactobacillus acidophilus, um microrganismo probiótico que traz benefícios à saúde.
O produto, que conseguiu atingir uma vida de prateleira de 35 dias, tempo semelhante à do iogurte, não empregou aditivos sintéticos, apenas um preparado de fruta que confere cor, aroma e sabor de morango.
Probiótico de soro de queijo
O probiótico já é empregado pelo setor industrial para a elaboração de vários alimentos.
Entretanto, o pesquisador Wellington de Freitas Castro introduziu o microrganismo no soro de queijo, que também atua como um agente prebiótico, contribuindo para ativar o metabolismo de bactérias proativas do trato intestinal.
Assim, alguns peptídeos isolados da fração proteica do soro de leite beneficiam o metabolismo e o crescimento de microrganismos.
Uma das principais etapas do estudo envolveu a análise do sabor do alimento.
"O nosso trabalho resultou na disponibilização de dados sensoriais que podem contribuir para o aprimoramento de produtos disponíveis no mercado", disse o pesquisador.
Similar ao iogurte
O produto resultante, segundo Wellington, segue a legislação, que enfatiza que a bebida láctea deve ser produzida a partir da mistura do leite com soro e é necessário ter 51% de base láctea (massa-massa).
A bebida láctea fermentada é um produto genuinamente brasileiro, porém apresenta variações em outros países, sob a forma de bebida carbonatada ou adicionada de suco de frutas.
"No nosso país ele é tido como um produto semelhante ao iogurte, entretanto com um custo mais reduzido, por não utilizar o leite em sua totalidade", expõe Wellington.
Vantagens dos probióticos
O novo probiótico tem uma textura próxima à do iogurte batido.
Os microrganismos usados auxiliam na ativação do sistema imunológico, exclusão competitiva de bactérias patogênicas e melhoria do trânsito intestinal.
Contudo, o pesquisador faz uma ressalva: o probiótico deve ter uma contagem mínima de 106 microrganismos por mililitro (ml), para uma ingestão diária de 100 ml do produto.
"As nossas contagens superaram as preconizadas pela legislação e se mostraram satisfatórias em todas as formulações", revela o autor.
Ele ainda salienta que essa bebida láctea demanda tecnologia simples, da qual é possível se servir para alcançar produtos de alto valor agregado com baixo investimento em equipamentos, tornando-se acessível às indústrias de laticínios de pequeno porte.
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