Cientistas desenvolveram bactérias magnéticas que, no futuro, poderão ser utilizadas para diagnosticar doenças do aparelho digestivo, incluindo o câncer de estômago.
Para serem ingeridas, as bactérias magnéticas podem ser adicionadas aos alimentos.
Esta nova tecnologia ainda está em fase experimental, mas promete ampliar o uso das bactérias probióticas, já comuns em alimentos, incluindo o diagnóstico e o tratamento de tumores, ou mesmo como um suplemento de ferro comestível.
Uma vez no corpo, as bactérias magnéticas serão úteis em exames como a ressonância magnética - para facilitar o diagnóstico - ou em tratamentos como o aquecimento de células tumorais através da hipotermia magnética, uma técnica de tratamento do câncer.
Magnetizando bactérias
Para projetar as bactérias magnéticas, os pesquisadores se inspiraram na natureza, copiando as magnetobactérias, que apresentam naturalmente um número muito pequeno de ímãs internos.
Essencialmente, o magnetismo dá às bactérias um meio de se orientar, como se possuíssem uma bússola interna.
Mas elas geram um campo magnético fraco demais para usos práticos.
Miguel Martín, da Universidade de Granada (Espanha), desenvolveu então uma técnica para introduzir nanopartículas magnéticas em bactérias comestíveis.
"As bactérias não-magnéticas probióticas Lactobacillus fermentum e Bifidobacteria breve foram utilizadas como bioplataformas para introduzir uma densa malha de nanopartículas superparamagnéticas nas suas superfícies externas, obtendo-se assim as bactérias magnéticas artificiais," explicou Martín.
Os primeiros testes das bactérias magnéticas comestíveis serão realizados em animais de laboratório.
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