Quando se trata de se preocupar com a pandemia de covid-19, as pessoas estão mais preocupadas se seus familiares podem contrair o vírus ou se estão disseminando o vírus sem saber do que com o risco de elas próprias serem contaminadas.
Pesquisadores do Instituto Cérebro e Longevidade (LiBI) e da Universidade da Pensilvânia (EUA) também descobriram como o aumento da resiliência pode reduzir as taxas de ansiedade e depressão durante a pandemia.
Os pesquisadores lançaram um questionário online, para avaliar o estresse e a resiliência durante a pandemia de covid-19, no final de abril, logo após as primeiras medidas de permanência em casa e de distanciamento físico terem sido anunciadas.
O questionário mediu seis fontes potenciais de estresse durante a pandemia: contrair o vírus; morrer por causa do vírus; estar contaminado com o vírus; ter um membro da família com o vírus; infectar outras pessoas sem saber; e enfrentar dificuldades financeiras significativas por causa da pandemia.
Angústia pelo outro
A pesquisa envolveu 3.042 participantes, com idades entre 18 e 79 anos. A maioria vivia em locais com ordens de permanência em casa ativas no momento da pesquisa, e aproximadamente 20% dos participantes eram trabalhadores do setor de saúde.
A angústia sobre os familiares contraírem o vírus (48,5%) e infectar outras pessoas sem saber (36%) superou largamente as preocupações associadas à própria contração do vírus (19,9%). As taxas de ansiedade (22,2%) e depressão (16,1%) não foram significativamente diferentes entre os profissionais de saúde e os não profissionais de saúde.
Os entrevistados com pontuações de resiliência mais altas apresentaram preocupações mais baixas relacionadas à covid-19, bem como uma taxa reduzida de ansiedade (65% menos) e depressão (69% menos) igualmente entre os profissionais e os não profissionais de saúde.
"Com base em nosso estudo, parece que as pessoas estão mais preocupadas com os outros do que com elas mesmas ao relatar suas preocupações relacionadas à covid-19, mas encorajadoramente, a resiliência ajuda a reduzir essas preocupações, bem como a ansiedade e a depressão," disse a professora Raquel Gur.
"À medida que obtemos uma melhor compreensão do que constitui resiliência nas pessoas durante a covid-19, esperamos que em breve possamos embasar intervenções que possam aumentar a resiliência, mitigando assim os efeitos adversos da covid-19 na saúde mental," finalizou a pesquisadora.
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