Pesquisadores japoneses confirmaram uma associação entre um agente de contraste comumente usado em exames de ressonância magnética (MRI) e anormalidades no cérebro.
Isso levanta a possibilidade de que um componente tóxico do agente de contraste, que é considerado seguro pelas autoridades de saúde, possa permanecer no corpo muito tempo após o exame.
Contraste de gadolínio
Os exames de ressonância magnética do cérebro frequentemente são realizados com um meio de contraste à base do elemento químico gadolínio (Gd-CM: Gadolinium-based contrast media).
As propriedades paramagnéticas do gadolínio tornam-no perfeito para a ressonância magnética, mas a toxicidade dos íons de gadolínio exige que o elemento esteja ligado quimicamente com íons não-metálicos para que eles possam ser retirados pelos rins e excretados antes que o gadolínio seja liberado no corpo.
Atualmente o Gd-CM é considerado seguro em pacientes com função renal normal.
No entanto, médicos japoneses verificaram que pacientes com histórico de múltiplas administrações de Gd-CM apresentam áreas de alta intensidade, ou hiperintensas, em duas regiões do cérebro: o núcleo denteado (ND) e o globo pálido (GP).
Tóxico
As consequências clínicas precisas da hiperintensidade ainda precisam ser estudadas, mas a hiperintensidade no ND (núcleo denteado) tem sido associada com a esclerose múltipla, enquanto hiperintensidade do GP (globo pálido) está relacionada com a disfunção hepática e várias outras doenças.
"A hiperintensidade no ND e no GP na ressonância magnética pode ser uma consequência do número de administrações Gd-CM anteriores," disse o Dr. Tomonori Kanda, da Escola de Medicina da Universidade Teikyo (Japão).
"Como o gadolínio tem uma alta intensidade de sinal no corpo, nossos dados sugerem que o componente tóxico gadolínio permanece no corpo mesmo em pacientes com função renal normal," acrescenta ele.
O Dr. Kanda observa ainda que, como os pacientes com esclerose múltipla tendem a passar por inúmeros exames de ressonância magnética com contraste, a hiperintensidade observada nesses pacientes pode ter mais a ver com a dose cumulativa de gadolínio do que com a própria doença.
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