Ácido oleico é crucial para benefícios do azeite para saúde e bem-estar

O estudo fez um amplo levantamento dos benefícios do ácido oleico para a saúde.
[Imagem: Consuelo Santa-María et al. - 10.3390/nu15010224]

Ácido oleico

Quando falamos sobre os benefícios do azeite de oliva para a saúde, algo hoje largamente reconhecido pela ciência e pela medicina, é comum ouvirmos falar sobre compostos chamados polifenóis. Acontece que esses componentes representam uma parcela ínfima do óleo.

Em comparação, pouca atenção tem sido dada ao ácido oleico, que representa de 70 a 80 por cento da composição do azeite de oliva.

Por isso, Consuelo Santa-María e colegas da Universidade de Sevilha (Espanha) decidiram checar todos os benefícios à saúde do ácido oleico já documentados na literatura científica.

Os estudos mostram que o ácido oleico é o principal ácido graxo monoinsaturado no sistema circulatório humano. No cérebro, ele é um componente importante dos fosfolipídios de membrana e é abundante nas bainhas de mielina neuronal, a capa que protege os neurônios. Um nível significativamente reduzido de ácido oleico foi observado nos cérebros de pacientes que sofrem de transtornos depressivos graves e doença de Alzheimer.

Como todos os ácidos graxos livres, a principal função do ácido oleico é a de uma molécula de energia e um componente das membranas celulares. Um de seus efeitos mais característicos resulta de suas propriedades antioxidantes, regulando diretamente tanto a síntese quanto a atividade de enzimas antioxidantes.

Outra propriedade benéfica é o seu efeito hipocolesterolêmico: Ele inibe a expressão de proteínas associadas ao transporte do colesterol, reduzindo a absorção do colesterol e prevenindo assim a aterosclerose.

Oleoiletanolamida

O ácido oleico também é reconhecido como uma molécula anticancerígena por causa de seus efeitos inibitórios na superexpressão de oncogenes e seus efeitos na morte celular programada. Além disso, o ácido oleico é geralmente considerado uma molécula anti-inflamatória, embora essa qualidade ainda esteja em debate entre os cientistas.

Já a oleoiletanolamida, um derivado do ácido oleico, tem efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes próprios e reconhecidos, com estudos recentes apontando seu uso como um potente agente terapêutico para tratar a obesidade. Pesquisas ainda em desenvolvimento já sugerem que esse composto do azeite de oliva pode influenciar os mecanismos epigenéticos (modificações diretas do DNA e proteínas associadas ao DNA) e a modulação do sistema imunológico, especificamente pela regulação das células envolvidas no desenvolvimento da inflamação.

Por último, os pesquisadores destacam que a maioria dos estudos sobre o azeite foram realizados em animais, pelo que alertam para a necessidade de mais investigação para confirmar as propriedades apresentadas por esta molécula e o seu derivado, a oleoiletanolamida, em seres humanos.