Placebo virtual
Todos nós sabemos que o exercício físico é crucial para o bem-estar geral e ajuda a adiar os distúrbios relacionados ao envelhecimento.
Mais surpreendente, e só recentemente confirmado, é que o exercício físico pode ter efeitos benéficos também nas funções cognitivas, e não apenas no corpo.
Infelizmente, as atividades físicas nem sempre são possíveis para pessoas que sofrem ou se recuperam de doenças crônicas.
Mas aqui também há uma boa notícia: Pesquisadores da Universidade Tohoku (Japão) desenvolveram um protocolo de treinamento inovador que utiliza a realidade virtual para gerar benefícios físicos e cognitivos reais.
Sim, soa como algo irreal ou ilusório, mas a ilusão da realidade virtual se mostrou tão eficaz que mesmo com a pessoa sentada e o corpo virtual caminhando, a pessoa pensa que está se movendo, e isso gerou reações fisiológicas comparáveis à pessoa andando de fato.
Realidade virtual, benefícios reais
Para explorar se o treinamento virtual poderia ter ou não benefícios nas funções cognitivas, semelhantes aos dos exercícios físicos, os pesquisadores convidaram jovens saudáveis para testar o protocolo de treinamento virtual.
Usando um capacete de realidade virtual imersiva, os voluntários ficavam sentados enquanto viam um corpo virtual - também chamado de avatar - exibido na perspectiva de primeira pessoa. Isso criava a sensação ilusória de que a pessoa era o próprio avatar. O corpo virtual alternava entre 30 segundos de caminhada e 30 segundos de corrida, numa duração total de 8 minutos por sessão.
Os pesquisadores constataram que a frequência cardíaca dos voluntários aumentava de forma coerente com os movimentos virtuais do avatar, apesar do fato de os indivíduos estarem completamente imóveis.
Mais importante, as funções cognitivas - especificamente, as funções executivas - e sua base neural foram testadas antes e depois do treinamento virtual. Os resultados mostraram que os participantes melhoraram seu desempenho cognitivo - especificamente, eles eram mais rápidos -, o que também foi confirmado pelo aumento da ativação das áreas relacionadas no cérebro - especificamente, o córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo.
"A aplicação da realidade virtual imersiva para fins clínicos é frequentemente questionada porque foi originalmente projetada para entretenimento," comentou a professora Dalila Burin. "Mas este estudo prova que os protocolos de treinamento em realidade virtual imersiva podem ser úteis para pessoas com deficiência motora, tendo benefícios comparáveis à atividade física real. Ela também é benéfica para pessoas que desejam começar a se exercitar de uma maneira divertida e segura."
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