Tecido antivírus
Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh (EUA) criaram um revestimento têxtil capaz de repelir líquidos como sangue e saliva, além de impedir a aderência de vírus à superfície.
O tecido, que é lavável e, portanto, reutilizável, pode ser usado em máscaras, jalecos, roupas e outros equipamentos de proteção individual (EPI), essenciais para proteger os profissionais de saúde.
A maioria dos tecidos e materiais usados hoje nesses itens pode absorver e transportar vírus e bactérias, espalhando inadvertidamente a doença que o profissional tenta conter.
"A durabilidade é muito importante, porque existem outros tratamentos de superfície por aí, mas eles são limitados a têxteis descartáveis. Você pode usar uma vestimenta ou máscara só uma vez e então deve descartá-la," compara o pesquisador Paul Leu. "Dada a escassez de EPIs, é necessário revestimentos que possam ser aplicados em tecidos médicos reutilizáveis que possam ser adequadamente lavados e higienizados".
Revestimento à prova de tudo
A equipe testou a resistência do novo revestimento submetendo-o a dezenas de lavagens ultrassônicas, esfregando-o milhares de vezes com uma esponja rotativa e até raspou-o com uma lâmina afiada. Após cada teste, o revestimento permaneceu tão eficaz quanto era antes do primeiro uso.
"Como esse tecido já demonstrou a capacidade de repelir sangue, proteínas e bactérias, o próximo passo lógico foi determinar se ele repele vírus. Escolhemos os adenovírus humanos tipos 4 e 7, pois eles são causas de doenças respiratórias agudas e conjuntivites," detalhou o professor Eric Romanowski. "Esperava-se que o tecido repelisse esses vírus de maneira semelhante a como repele proteínas, de que esses vírus são essencialmente feitos: proteínas com ácido nucleico interno. Como se esperava, os adenovírus foram repelidos de maneira semelhante às proteínas."
A equipe está se preparando agora para testar a eficácia do tecido contra os betacoronavírus, como o SARS-CoV-2, que causa a covid-19.
Os protótipos foram feitos com o revestimento sendo aplicado usando uma técnica conhecida como gotejamento, ou deposição por gotas, em que a solução é depositada sobre um substrato, a seguir submetido a um tratamento térmico para aumentar a estabilidade. Mas os pesquisadores acreditam que será possível usar um método de pulverização ou imersão, mais adequados à produção em escala industrial.
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