UVA
Os raios ultravioleta A (UVA) podem produzir lesões em moléculas de DNA tanto por ação direta, quanto por intermédio de outras substâncias originadas nas células a partir da exposição a essa radiação.
"A UVA, embora seja a radiação que chega em maior abundância na superfície terrestre, é a menos compreendida e a mais polêmica dentre as UVs", comenta Teiti Yagura, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.
Em sua pesquisa, Teiti queria esclarecer os mecanismos pelos quais os raios UVA danificam o material genético das células cutâneas.
Lesão direta
As lesões diretas, isto é, aquelas geradas a partir da absorção imediata dos raios UVA pelo DNA a eles exposto, dão-se principalmente com a formação de compostos orgânicos que podem acarretar alterações genéticas nas células.
Essas substâncias são conhecidas como dímeros de pirimidina ciclobutano (CPD).
"Dentre as lesões geradas, os CPDs são os maiores responsáveis por bloquear a transcrição celular [processo essencial à expressão gênica das células, ligado à síntese de novas moléculas de DNA]", explica o pesquisador
Teiti acrescenta que há estudos que mostram que essas lesões podem causar mutações claramente associadas ao desenvolvimento de câncer de pele.
Lesão indireta
As lesões indiretas dependem da produção de espécies reativas de oxigênio, ou radicais livres, que agem sobre o DNA, promovendo a sua degradação.
O oxigênio presente na pele, ao entrar em contato com componentes celulares denominados cromóforos, capazes de absorver a energia proveniente dos raios UVA - como a hemoglobina -, suga para si parte dessa energia.
Com isso, o oxigênio transforma-se nessa molécula altamente reativa e potencialmente nociva ao material genético, denominada oxigênio singlete.
Auto-oxidação
Os estudos de Teiti apontam, todavia, para outra forma de produção desse tipo danoso de oxigênio, na qual a própria estrutura do DNA, ou algo fortemente ligado a ele, poderiam estar diretamente envolvidos.
"Isso acarreta a possibilidade de que um mecanismo intrínseco à molécula de DNA possa levar à sua auto-oxidação, sem a necessidade de outros cromóforos", relata.
Sol e vitamina D
Segundo Yagura, o conhecimento das maneiras como os raios UVA agem sobre o material genético indica que "para se combater seus efeitos nocivos, são necessários tanto materiais que absorvam a energia da UVA quanto materiais antioxidantes".
Assim, o pesquisador recomenda evitar o Sol, mas sem se descuidar da nutrição.
Isto porque a síntese da vitamina D se dá com a exposição da pele ao Sol e, por isso, no caso de menor contato com a luz solar, faz-se necessária a ingestão de alimentos que contenham quantidades abundantes deste nutriente.
Além disso, ele ressalta a importância do uso de bloqueadores solares que também ofereçam proteção contra os raios UVA.
E completa: "Câmaras de bronzeamento, nem pensar!".
Proteções naturais para a pele
Outra equipe da USP está desenvolvendo um protetor solar natural:
Também na USP, cientistas descobriram que uma planta da Amazônia supera os filtros solares, por não ter os efeitos danosos destes:
Pesquisadores espanhóis demonstraram recentemente que a uva (a fruta) protege a pele tanto contra a UVA (a radiação), quanto contra a UVB:
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