Núcleo psicológico comum
Pessoas autoritárias de direita tendem a apoiar agressivamente a hierarquia estabelecida e até pedir por hierarquias mais rígidas, enquanto os autoritários de esquerda tendem a se opor agressivamente a ela.
Muito diferentes?
Não tanto quanto parece: Radicais de direita e radicais de esquerda são quase como imagens no espelho uns dos outros, ambos compartilhando um núcleo psicológico comum, defendem pesquisadores.
"Nós pegamos a longa história de pesquisa sobre o autoritarismo de direita e usamos suas percepções para desenvolver uma estrutura conceitual e medidas para testar o autoritarismo na esquerda política," conta o professor Thomas Costello, da Universidade Emory (EUA). "Descobrimos que, em termos de suas características psicológicas e seus comportamentos reais, os autoritários de esquerda são extremamente semelhantes aos autoritários de direita."
"Os autoritários têm uma predisposição para gostar da mesmice e opor-se às diferenças entre as pessoas em seu ambiente. Eles são submissos às pessoas que percebem como figuras de autoridade, são dominantes e agressivos com as pessoas de quem discordam e têm o cuidado de obedecer ao que consideram as normas para seus respectivos grupos," descreveu Costello.
Autoritarismo e poder
Em sua essência, o autoritarismo tem a ver com poder, defendem os pesquisadores.
"É um erro pensar no autoritarismo como um conceito de direita, como alguns pesquisadores fizeram no passado," disse ele. "Descobrimos que a ideologia se torna secundária. Psicologicamente falando, você é primeiro um autoritário, e um ideólogo apenas porque serve à estrutura de poder que você apoia."
Outra descoberta importante da equipe é que o autoritarismo de ambas as extremidades do espectro político é um indicador de envolvimento pessoal na violência política: Enquanto o autoritarismo de esquerda prevê violência política contra o sistema no poder, o autoritarismo de direita prevê violência política em apoio ao sistema no poder.
A boa notícia é que tanto o autoritarismo extremo quanto a tendência à violência política parecem relativamente raros.
Em uma amostra de 1.000 entrevistados, extraídos da ferramenta de pesquisa online Prolific e comparada com os dados demográficos da população dos EUA para idade, raça e sexo, apenas 12 pessoas (1,2%) relataram ter-se envolvido em violência política, e todos eles pontuaram alto para autoritarismo.
"Está claro que os segmentos mais barulhentos e politicamente engajados da sociedade têm um grande efeito em nosso discurso nacional," disse Costello. "Mas há uma grande diferença entre criticar aqueles com pontos de vista opostos e estar disposto a usar força violenta contra pessoas que discordam de você como meio de mudar o status quo."
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