08/07/2022

Quer um coração forte e viver mais? Saia da cadeira

Redação do Diário da Saúde
Quer um coração forte e viver mais? Saia da cadeira
Curiosamente, algumas pesquisas indicam que ficar sentado em casa faz mal, mas no trabalho não.
[Imagem: Ronny Overhate/Pixabay]

Ficar sentado e saúde

Este é um tema controverso entre os cientistas, mas novas pesquisas estão adicionando mais peso ao argumento de que ficar sentado por muito tempo pode ser perigoso para a saúde.

Um estudo internacional, que avaliou mais de 100.000 indivíduos em 21 países, concluiu que as pessoas que se sentam por seis a oito horas por dia apresentam um risco de 12 a 13% maior de morte precoce e doenças cardíacas.

E aqueles que ficam sentados por mais de oito horas diárias apresentaram um aumento no risco de 20%.

A pesquisa acompanhou indivíduos ao longo de uma média de 11 anos. Embora ficar sentado tenha-se mostrado problemático em todos os países, os problemas foram especialmente sérios em países de renda baixa e média-baixa.

"A mensagem abrangente aqui é minimizar o quanto você se senta. Se você precisar se sentar, fazer mais exercícios durante outras horas do dia compensará esse risco," disse o professor Scott Lear, da Universidade Simon Fraser (Canadá).

Sem surpresas, as pessoas que passavam mais tempo sentadas e eram menos ativas fisicamente tinham o maior risco - até 50% a mais - enquanto aquelas que passavam muito tempo sentadas, mas também eram mais ativas, tinham um risco substancialmente menor, de cerca de 17%.

"Para aqueles que ficam sentados mais de quatro horas por dia, substituir meia hora de ficar sentado por exercícios reduz o risco em dois por cento," observou Lear. "Com apenas uma em cada quatro pessoas cumprindo as diretrizes de atividade física, há uma oportunidade real aqui para as pessoas aumentarem sua atividade e reduzirem suas chances de morte precoce e doenças cardíacas."

Levante-se e ande

O estudo encontrou uma associação particularmente forte entre ficar sentado e problemas de saúde nos países de renda mais baixa, mas os dados não permitiram levantar qualquer hipótese explicativa para isso.

Assim, enquanto os médicos precisam divulgar a mensagem sobre como contrapor as atividades físicas com o ficar sentado, os indivíduos precisam avaliar melhor seus estilos de vida e levar sua saúde a sério, disse Lear.

"Nosso estudo descobriu que uma combinação de sentar e inatividade foi responsável por 8,8 por cento de todas as mortes, o que está próximo da contribuição do tabagismo (10,6 por cento neste estudo). É um problema global que tem uma solução notavelmente simples. Agendar um horário para sair dessa cadeira é um ótimo começo," concluiu ele.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Association of Sitting Time With Mortality and Cardiovascular Events in High-Income, Middle-Income, and Low-Income Countries
Autores: Sidong Li, Scott A. Lear, Sumathy Rangarajan, Bo Hu, Lu Yin, Shrikant I. Bangdiwala, Khalid F. Alhabib, Annika Rosengren, Rajeev Gupta, Prem K. Mony, Andreas Wielgosz, Omar Rahman, M. Y. Mazapuspavina, Alvaro Avezum, Aytekin Oguz, Karen Yeates, Fernando Lanas, Antonio Dans, Marc Evans M. Abat, Afzalhussein Yusufali, Rafael Diaz, Patricio Lopez-Jaramillo, Lloyd Leach, P. V. M. Lakshmi, Alicja Basiak-Rasa?a, Romaina Iqbal, Roya Kelishadi, Jephat Chifamba, Rasha Khatib, Wei Li, Salim Yusuf
Publicação: JAMA Cardiology
DOI: 10.1001/jamacardio.2022.1581
Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Atividades Físicas

Trabalho e Emprego

Coração

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.