Substância ativa da pimenta
Conhecida por causar uma sensação de ardência em quem consome, a pimenta possui em sua composição uma substância chamada capsaicina.
"É um composto fitoquímico alcaloide que confere o gosto picante às pimentas. Esse composto quando ingerido causa sensação de ardor, queimação e hiperemia (aumento da quantidade de sangue circulante num determinado local). A pimenta também contém vitamina C, vitamina A, cálcio, ferro, vitamina B1, Niacina, vitamina B2 e fibra alimentar", explica a nutricionista Maria Adelaide Moreira dos Santos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Pimenta age sobre a libido?
Quando questionada sobre o alegado efeito afrodisíaco da pimenta, Maria Adelaide esclarece: "O consumo da substância capsaicina libera endorfinas que, uma vez na circulação, causam a sensação de bem-estar". Assim, por causa dessa sensação de bem-estar, a pessoa poderia estar mais receptiva ao sexo, sem que haja nenhuma influência direta no desejo sexual.
Além disso, a capsaicina é ainda a responsável pelo efeito anti-inflamatório e antioxidante da pimenta, fazendo com que ela possa reduzir o risco de doenças crônicas, como alguns tipos de câncer e até o Mal de Alzheimer.
Cuidados com o excesso de pimenta
Apesar desses fatores positivos, o consumo em excesso da pimenta pode levar a alguns problemas de saúde. "Para quem é hipertenso ou possui problemas gástricos, como úlceras e problemas de refluxo gastroesofágico, seu consumo deve ser limitado, mas não proibido", comentou a entrevistada. Os problemas gástricos são causados por conta da liberação de enzimas digestivas propiciada pela ingestão da pimenta.
Outro problema que poderia ser agravado pela ingestão excessiva de pimenta seriam as hemorroidas. A doença se caracteriza por varizes na região do ânus, geradas por diversos motivos. Como a pimenta causa uma vasodilatação em diversas partes do corpo, de acordo com a nutricionista Maria Adelaide, seu consumo exagerado poderia agravar um caso preexistente de hemorroidas, mas nunca gerar um. A mesma situação se aplicaria à hipertensão.
É importante frisar que apenas o consumo exagerado pode levar a problemas, por conta das propriedades que o fruto tem, não sendo necessário excluir a pimenta da dieta diária. Segundo a nutricionista, não há uma dose recomendável, mas "5 gramas/dia são aceitáveis".
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