Em português, frieza e frescura não têm um significado muito elogioso.
Mas o mesmo termo em inglês - coolness - representa uma coisa legal, maneira, descolada, no topo da moda.
No mundo da tecnologia, por exemplo, ser considerado legal (ou cool) pode fazer a diferença entre o sucesso mundial e o fundo do baú do esquecimento.
Mas o que faz um objeto, aparelho ou qualquer produto ser considerado legal?
Todos os empreendedores do mundo gostariam de saber a resposta, mas o que agora se sabe é que é preciso mais do que apenas uma boa aparência.
Formadores de opinião
São os usuários da tecnologia que decidem tudo. São eles que devem considerar um produto atraente, original, "nervoso", antes que o rótulo de "legal" (ou cool) seja finalmente ostentado por esse produto.
E essa "frieza" pode amornar rapidamente se o produto começar a perder seu status de "fronteira".
"Todo o mundo diz saber o que significa ser 'cool', mas nós queríamos chegar ao âmago do que ser considerado legal verdadeiramente é, porque há uma conotação diferente para o que 'cool' realmente significa no mundo da tecnologia," disse Shyam Sundar, da Universidade da Pensilvânia (EUA), que decidiu colocar sua equipe para estudar a questão.
Eles descobriram que uma tecnologia legal pode se mover como uma onda.
Primeiro, grupos de pessoas, as chamadas subculturas, fora da corrente dominante da sociedade, começam a usar um aparelho.
As pessoas da subcultura são normalmente identificadas como aquelas que se destacam da maioria, tendo uma capacidade de permanecer um passo à frente da multidão, segundo os pesquisadores.
O grande problema é que essa subcultura é diferente dos tradicionais "formadores de opinião" citados pela mídia - que geralmente são os próprios membros da mídia, uns citando os outros.
Sucesso sustentável
Só depois que o aparelho ganha status de legal na subcultura é que ele passa a ser adotado pela massa, ávida de parecer ela própria "descolada" da maioria, com sua própria identidade.
No entanto, qualquer alteração ao apelo, atratividade ou originalidade do produto para a subcultura, rapidamente se refletirá no seu status, que pode passar rapidamente de "maneiro" para "pesado".
E é aqui que mora o maior problema: quanto mais um produto se torna adotado pela massa, mais rapidamente ele deixa de ser elogiado pela subcultura formadora de opinião.
"Parece ser um processo. Assim que o produto perde seu apelo para a subcultura, por exemplo, ele se torna menos legal, e é aí que reside o desafio," disse Sundar.
O desafio é que a maioria das empresas quer que seus produtos sejam taxados de legal para que possam aumentar as vendas. No entanto, após o aumento de vendas, os produtos se tornam menos legais e as vendas caem.
Assim, para ter um "sucesso sustentável", as empresas precisam mudar continuamente para permanecer no topo da onda. Mas se mudarem demais, a subcultura diz que o aparelho carece de personalidade, e lá vai ele de volta ao ostracismo.
Fora da fronteira tecnológica
Outro detalhe interessante é que a própria "fronteira tecnológica" pode ser questionada pela subcultura formadora de opinião.
Produtos que caíram em desuso podem ter seu status de "legal" restaurado se a subcultura decide adotar novamente a tecnologia.
É o que aconteceu com os toca-discos e LPs de vinil e, mais recentemente, está acontecendo com os gravadores de fitas cassete.
Ou seja, ser tecnologicamente avançado, novo e atraente não parece ser suficiente - é necessário construir uma subcultura em torno do produto.
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